O Ministério Público (MP) acredita que os alegados esquemas levados a cabo pelos fundadores da Altice Portugal poderão ter chegado a outros mercados em que a empresa está presente, nomeadamente aos EUA, destaca o “Público” esta terça-feira.
Explica o diário que o MP suspeita que Hernâni Vaz Antunes e Jéssica Antunes têm um envolvimento numa fornecedora de fibra da Altice USA, empresa detida pelo genro de Armando Pereira.
A Excell Communications é a fornecedora de fibra óptica da Altice USA e é detida atualmente pelo genro de Armando Pereira, Yossi Benchetrit.
De acordo com o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) do MP, a operação desencadeada na passada quinta-feira, que levou a três detenções, contou com cerca de 90 buscas domiciliárias e não domiciliárias, entre as quais instalações de empresas e escritórios de advogados em vários pontos do país.
Em causa está, alegadamente, uma “viciação do processo decisório do grupo Altice, em sede de contratação, com práticas lesivas das próprias empresas daquele grupo e da concorrência”, que apontam para corrupção privada na forma ativa e passiva. As autoridades destacam ainda que a nível fiscal o Estado terá sido defraudado numa verba “superior a 100 milhões de euros”.
A investigação indica também a existência de indícios de “aproveitamento abusivo da taxação reduzida aplicada em sede de IRC na Zona Franca da Madeira” através da domiciliação fiscal fictícia de pessoas e empresas. Entende o Ministério Público que terão também sido usadas sociedades offshore, indiciando os crimes de branqueamento e falsificação.
Nas buscas, o DCIAP revelou que foram apreendidos documentos e objetos, “tais como viaturas de luxo e modelos exclusivos com um valor estimado de cerca de 20 milhões de euros”.
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