A papeleira Altri concluiu a aquisição da Greenalia Forest e Greenalia Logistics à Smarttia e reforça assim a sua presença na Galiza. A informação chegou através de um comunicado que destaca que a Greenalia Forest é “uma das principais empresas do setor florestal galego”.
A concretização desta aquisição, relativamente à qual não avança valores, estava sujeita ainda à verificação de um conjunto de condições prévias e foram satisfeitas, razão pela qual o fecho do negócio se concretizou esta quarta-feira.
“Com esta aquisição, a Altri reforça a sua presença na Galiza e reafirma o seu compromisso com a comunidade local e com os seus parceiros”, refere a empresa de pasta e papel que tem José Soares Pina como CEO.
“A empresa continuará a colaborar com fornecedores locais que adotem as melhores práticas de gestão florestal, promovendo a criação de emprego e impulsionando o aumento da produtividade florestal atual na Galiza, bem como o desenvolvimento económico e social da comunidade autónoma”, acrescenta a Altri.
Esta operação representa um importante marco para a implementação dos projetos da empresa naquela região autónoma. “A operação está alinhada com os valores fundamentais da Altri, nomeadamente com a sustentabilidade, o equilíbrio e o respeito pela conservação e preservação dos recursos naturais. Esta operação reflete ainda o propósito da empresa de avançar na construção de um mundo mais renovável, gerando valor para as comunidades locais e fortalecendo a economia do seu entorno”.
A Altri detém três fábricas de fibras celulósicas em Portugal com uma capacidade instalada superior a 1,1 milhões de toneladas por ano, tem previsto o projeto Gama na Galiza, um investimento de cerca de mil milhões de euros.
Em outubro do ano passado a empresa portuguesa de celulose anunciou que está a avançar com o Projeto Gama, que deverá levar à produção de liocel para alimentar a indústria espanhola e do Norte de Portugal.
O Projeto Gama prevê a construção de uma fábrica de produção de liocel no centro da Galiza, em Palas de Rei (Lugo), próximo ao centro de operações da Inditex, uma das maiores multinacionais de moda. Esta localização estratégica permitirá à Altri abastecer o setor têxtil com fibras sustentáveis, feitas a partir de eucalipto.
No entanto, o projeto lançado em 2020, enfrenta resistência de habitantes e associações ambientais locais, que se opõem ao impacto previsto.
Em janeiro deste ano a Altri recebeu a declaração de impacto ambiental positiva por parte das autoridades galegas, garantindo assim que o projeto pode avançar. Vencida esta primeira batalha, a empresa portuguesa aguarda a autorização ambiental integrada, que deverá sair em junho, e, por fim, a luz verde do governo central para ligar a central à rede elétrica.
O projeto foi lançado em 2020, quando a Altri venceu um concurso de ideias promovido pela Xunta de Galicia para impulsionar a economia circular. A proposta da Altri é transformar uma parte dos 2,4 milhões de metros cúbicos de madeira de eucalipto exportados anualmente em celulose para o setor têxtil, de forma a valorizar este recurso local.
O Projeto Gama, promovido pela Greenfiber, uma empresa participada pela Altri e pela holding da empresa galega Greenalia, pressupõe que a central estaria ligada à subestação localizada na localidade de Melide, Lugo.
O Gama é gerido pela Greenfiber SL, uma joint-venture fundada pela Altri, que detém 75% da empresa, e pela Greenalia, uma empresa galega de energias renováveis. Com um orçamento estimado de 1.000 milhões de euros, metade do montante será financiado com fundos próprios e 25% por empréstimos bancários. A Altri está também a recorrer ao Fundo Europeu de Inovação para angariar os 25% necessários para a construção.
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