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Amazon lança zona para tecnologia cloud em Portugal

O líder tecnológico da Amazon, Werner Vogels, anunciou esta quinta-feira que Portugal é dos 21 países nos quais a empresa de computação na nuvem do grupo vai instalar uma “AWS local zone” no próximo ano.
2 Dezembro 2021, 17h47

De camisa hawaiana e panamá branco, o master em cloud Werner Vogels, vice-presidente e Chief Technology Officer (CTO) da Amazon.com, chegou a Las Vegas para dar a boa nova às empresas portuguesas: Portugal é dos 21 países nos quais a empresa de computação na nuvem do grupo vai instalar uma “AWS local zone” no próximo ano.

Werner Vogels subiu ao palco principal do evento anual cloud computing causando a loucura na audiência e motivando aplausos calorosos daqueles que há pelo menos uma década o veem como um dos maiores especialistas nesta tecnologia. E não fez uma roadtrip de Seattle em vão porque trouxe uma mala cheia de novidades de produto e expansão internacional.

A AWS anunciou no re:Invent que vai lançar 30 novas zonas locais “nas maiores cidades do mundo”, entre as quais se encontra Lisboa. As novas zonas tecnológicas da AWS vão estar operacionais ainda no início de 2022 em mais 20 países além de Portugal, nomeadamente Alemanha, Argentina, África do Sul, Austrália, Áustria, Bélgica, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, República Checa, Dinamarca, Filipinas, Finlândia, Grécia, Índia, Quénia, Países Baixos, Noruega e Polónia.

As zonas locais apresentadas hoje juntam-se às 16 que estão distribuídas pelos Estados Unidos, onde decorre este evento internacional. Na prática, são localizações edge para acolher aplicações que requerem baixa latência para utilizadores finais em todo o mundo. Werner Vogels admitiu estar particularmente entusiasmado com o investimento em Amesterdão, de onde é.

As zonas locais AWS são um tipo de implantação de infraestrutura da Amazon que coloca os serviços de computação, armazenamento, banco de dados e outros serviços da AWS que permitem às empresas entregar aplicações com requisitos de latência inferior a dez milissegundos aos utilizadores. Ou seja, serviços de dados como Amazon Elastic Compute Cloud, Amazon Virtual Private Cloud, Amazon Elastic Block Store, Amazon Elastic Load Balancing, Amazon ElastiCache ou Amazon Relational Database Service ficam mais próximos de onde se encontram os clientes, os centros tecnológicos. É uma forma de descentralizar e acelerar os serviços e a informação.

O CTO da Amazon explicou que toda esta internacionalização tem como objetivo reduzir a latência – tempo de resposta das apps – e recordou que em 2006, quando a tecnologia cloud da gigante norte-americana foi lançada, a inovação estava “constrangida”. “Construir um produto era difícil. A cloud tornou tudo uma fonte programável: redes, centros de dados, computação, armazenamento, base de dados…”, exemplificou.

Traduzindo por miúdos, a famosa Alexa “não teria sido possível em 2006 ou 2008”, explicou Werner Vogels, porque requer latência para conversação em tempo real, capaz de suportar machine learning, compreender a linguagem natural, fazer o reconhecimento de discurso e transcrever fala em texto.

Entre os lançamentos e anúncios para digitalizar (mais) os sectores financeiro, automóvel ou energético, a AWS não esqueceu as farmacêuticas na sua apresentação anual de tecnologia. A empresa revelo que está a trabalhar com a norte-americana Pfizer para criar soluções na nuvem que possa melhorar os testes clínicos e o fabrico de medicação, como por exemplo desenvolver um protótipo para detetar pontos de dados anormais na plataforma de produção de medicamentos, para melhorar os doseamentos dos fármacos, e tecnologia preditiva para maximizar a operação de equipamentos, entre os quais pulverizadores, centrifugadores ou agitadores.

O AWS re:Invent é uma conferência internacional desenhada para a comunidade global de cloud computing que, depois de uma edição totalmente digital, regressa entre os dias 29 de novembro e 3 de dezembro de 2021 para um formato híbrido em que estão a ser apresentadas dezenas de novidades da empresa ou dos 200 parceiros que têm expositores em Las Vegas, realizadas formações e 2 mil sessões técnicas e organizados eventos after-hours à margem dos palcos principais, entre outros. Nesta edição, o Venetian Hotel recebe 27 mil participantes, dois anos depois de ter atingido um recorde de 60 mil pessoas.

*A jornalista viajou aos Estados Unidos a convite da AWS

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