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Amazon vê lucros subirem 94,7% para 59,2 mil milhões de dólares

A tecnológica Amazon tem razões para sorrir, mas admitiu que os bons tempos podem terminar até março. O guidance financeiro para o primeiro trimestre do ano fica aquém das perspetivas do consenso do mercado.
Andy Jassy Amazon
7 Fevereiro 2025, 08h52

A Amazon divulgou na noite de quinta-feira, 6 de fevereiro, que os seus lucros e receitas anuais apresentaram subidas acima do esperado pelo mercado, embora o seu guidance para o período atual não tenha sido particularmente positivo. A tecnológica norte-americana, conhecida mundialmente pelo marketplace e serviços cloud, reportou lucros de 59,2 mil milhões de dólares (56,9 mil milhões de euros) em 2024, representando um acréscimo de 94,74% aos 30,4 mil milhões de dólares em 2023.

A empresa fundada por Jeff Bezos e liderada por Andy Jassy viu o lucro por ação subir para 5,53 dólares no fim do ano passado, um aumento face aos 2,90 dólares por ação de 2023. A Amazon reportou vendas de 638 mil milhões de dólares (613,8 mil milhões de euros) em 2024, um valor que compara com os 574,8 mil milhões de dólares atingidos no ano anterior, significando um aumento homólogo de 11%.

Relativamente ao quarto trimestre, a Amazon reportou vendas de 187,8 mil milhões de dólares (180,7 mil milhões de euros), uma subida de 10% face aos 170 mil milhões alcançadas no quarto trimestre do ano anterior. Já os lucros cresceram 47% até aos 20 mil milhões de dólares (19,2 mil milhões de euros), ou 1,86 dólares por ação.

Para o último trimestre do ano, os resultados de uma das Sete Magníficas não ficou muito longe do que era perspetivado pelos analistas, uma vez que os da Bloomberg esperavam receitas de 187,32 mil milhões e um lucro por título de 1,50 dólares.

“O período das festividades foi o mais bem-sucedido, até agora, para a Amazon”, apontou o CEO Andy Jessy no relatório de contas, agradecendo a todos os parceiros que fizeram possível entregar mais 65% dos produtos aos membros Prime dos Estados Unidos.

O CEO da Amazon teve ainda espaço no relatório para evidenciar a “inovação notável” que a tecnológica entregou ao longo do ano, lembrando o re:Invent do ano passado que esteve recheado de novidades como a Nova, Trainium2, projeto Rainier e o BedRock Marketplace.

As vendas do marketplace (lojas online) subiram 7,1% até 75,56 mil milhões de dólares (72,6 mil milhões de euros) e a unidade de cloud, a Amazon Web Services que foi criada e liderada pelo próprio Jassy, apresentou receitas de 28,8 mil milhões de dólares (27,7 mil milhões de euros), uma subida de 19%.

Guidance da Amazon desaponta mercado

As previsões da tecnológica para o primeiro trimestre parecem não ser tão positivas quanto o esperado pelos analistas. A Amazon prevê que as suas vendas se situem entre 151 mil milhões e 155,5 mil milhões de dólares, valores que vão conta as estimativas de 158,6 mil milhões de dólares.

Com o guidance a ficar aquém do esperado, o mercado reagiu de forma negativa durante o pós-fecho, uma vez que a empresa apresentou os resultados do quarto trimestre e anuais já após o encerramento das negociações de Wall Street. A Amazon recuou 4,05% para 229,16 dólares no after-hours, contrariando a subida de 1,13% para 238,83 dólares da sessão.

Contudo, estes valores continuam a significar um crescimento entre 5% e 9% quando comparados com o trimestre homólogo. A Amazon lembra no relatório que o dia extra em 2024 (29 de fevereiro) foi bastante positivo para as contas, tendo apresentado um impacto de 1,5 mil milhões em vendas.

Já os lucros operacionais devem ficar entre 14 mil milhões e 18 mil milhões, um valor que compara com as projeções de 18,2 mil milhões de dólares dos analistas. Será ainda um número que ficará aquém dos lucros operacionais atingidos entre outubro e dezembro, meses em que a Amazon atingiu lucros operacionais de 21,2 mil milhões de dólares (20,3 mil milhões de euros) e que contrasta com a estimativa de 18,8 mil milhões de dólares.

A Amazon refere que o guidance financeiro se deve a uma previsão de um “impacto cambial invulgarmente elevado e desfavorável de aproximadamente 2,1 mil milhões de dólares de taxas de câmbio”.

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