Ana Figueiredo, CEO da Altice Portugal, conta 50 anos de idade, tantos anos quanto a democracia portuguesa, e destaca-se na lista da “Forbes Portugal” como a quarta mulher mais poderosa, estando também na categoria de Tecnologia e Telecomunicações.
A gestora soma um total de 82 pontos no ranking geral, ficando à frente de Inês Caldeira, diretora-adjunta mundial da L’Oréal Paris, e de Isabel Ferreira Pinto, CEO do Pingo Doce. Ficam apenas três mulheres à sua frente, de outras áreas económicas, que vamos dar a conhecer ao longo da semana.
Ana Figueiredo licenciou-se em Administração e Gestão de Empresas pelo Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) e possui ainda um MBA pela Universidade Católica Portuguesa e Nova Business School.
Foi cedo que aprender a ler e a escrever, algo que teve vontade de fazer para conseguir comunicar com o seu avô materno, que tinha perdido a audição. Talvez tenha sido mesmo aqui, sem se aperceber do que estaria por vir, que nasceu um gosto particular por formas alternativas de comunicação, sendo hoje líder de uma das maiores empresas de telecomunicação a nível nacional.
A sua vida profissional começou na Galp Energia, a fazer auditoria, e passou ainda pela consultora Ernst & Young (EY) entre 2001 e 2003.
Após a sua saída da EY, Ana Figueiredo viria a ingressar no grupo Portugal Telecom (PT), tendo chegado a responsável de auditoria interna e de gestão de risco, área em que iniciou a sua carreira empresarial. Com a venda da PT ao grupo francês Altice, em 2015, a empresária transitou o seu contrato profissional e manteve-se no grupo, com o cartão de visita atualizado já com o nome da Altice. Já inserida no grupo de origem francesa, Ana Figueiredo foi para a Suíça como responsável da área de auditoria do grupo, supervisionando operações em França, Estados Unidos, Israel, Portugal e República Dominicana.
Posteriormente, foi convidada para ser CEO da Altice DO (Dominicana) e depois chairwoman da Altice Dominicana. Com este cargo, foi viver para a República Dominicana em 2018, sem nunca ter visitado o país. Sem nada a perder, tornou-se a primeira mulher a presidir uma operadora de telecomunicações – neste caso para o grupo Altice – na ilha da América Central.
Ao podcast “Geração 70” do grupo Impresa, Ana Figueiredo admite que lá viveu tempos “extremamente exigentes”. Por liderar uma telecom em altura pandémica, mas também por o país com quatro milhões de clientes estar dependente da operadora, sendo que era tudo feito de forma remota.
Com uma carreira sólida dentro da empresa, Ana Figueiredo foi a escolha para substituir Alexandre Fonseca, em 2022, e subiu à posição de CEO da Altice Portugal, tendo acumulado funções de presidente do conselho de administração no ano seguinte.
Um ano após assumir o cargo, a Altice foi alvo de buscas do Ministério Público e da Autoridade Tributária, naquilo que viria a ser conhecida como Operação Picoas, que será, até à data, uma das maiores pressões que já sofreu no cargo. No mesmo podcast, Ana Figueiredo admite que, apesar de não ter existido impacto na marca, as buscas causaram pressão na equipa e que isso foi o mais difícil de gerir. “Um CEO é a cola de toda uma organização. Tem de definir uma visão, comunicar e mobilizar a equipa. É um trabalho desgastante e muito físico”, confessou a Bernardo Ferrão.
Este percurso culminou com Ana Figueiredo a ser a primeira mulher a liderar um grupo de telecomunicações em Portugal, cujo negócio está avaliado em perto de sete mil milhões de euros e tem mais de sete milhões de clientes.
Já o ano passado tinha subido aos 10 primeiros lugares da lista das mais poderosas, posicionando-se na 7ª posição. Trata-se então de um verdadeiro power move para a gestora portuguesa, uma vez que subiu três lugares no ranking da Forbes Portugal no espaço de 12 meses.
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