A antiga jornalista e escritora Ana Margarida de Carvalho foi indigitada pelo Governo como membro do Conselho Geral Independente da RTP, substituindo Francisco Seixas da Costa, que renunciou ao cargo em junho após a conclusão da nomeação do conselho de administração da estação pública para o triénio 2021-2023.
“O Governo agradece à escritora Ana Margarida Carvalho a disponibilidade para aceitar este cargo”, anunciou o Ministério da Cultura na quarta-feira à tarde. De acordo com a tutela, a escolha de Ana Margarida de Carvalho ainda terá de ser avaliada pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) e será objeto de audição na Assembleia da República.
Licenciada em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, Ana Margarida de Carvalho, 52 anos, foi jornalista durante cerca de 25 anos na revista “Visão”. Enquanto jornalista viu o seu trabalho ser reconhecido com o Prémio Revelação Gazeta (1994), Clube de Jornalistas de Lisboa, Prémio Nacional Abel Salazar (1995), Clube de Jornalistas do Porto, Prémio Nacional Alexandre Herculano (1995) ou Prémio Maria Lamas (2000).
Enquanto escritora, Ana Margarida de Carvalho publicou o primeiro romance “Que Importa A Fúria do Mar”, em 2013, que foi galardoado, por unanimidade, com o Grande Prémio Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores. É autora ainda de “Não se pode morar nos olhos de um gato” e de “Cartografias de lugares mal situados”, este último editado em julho.
A escritora é autora de guiões cinematográficos, sendo que três obtiveram financiamento do Instituto de Cinema e Audiovisual (ICA), segundo a Lusa. Ana Margarida de Carvalho integrou também, durante vários anos, o painel de jurados do ICA.
Ana Margarida de Carvalho, filha do escritor Mário de Carvalho, tem também assumido um papel ativo na política. Foi mandatária nacional da lista da CDU (PCP-PEV) às eleições europeias de 2019. Antes integrou as listas da CDU nas eleições Legislativas de 2015 e nas eleições autárquicas de 2013 e de 2017.
Foi a 2 de junho que o embaixador Seixas da Costa anunciou que tinha renunciado ao cargo de membro do CGI da RTP. Na sua página de Facebook, Seixas da Costa escreveu que decidiu sair “em virtude do tempo” que a função “retirava a outros compromissos e obrigações que entretanto tinha criado”.
Seixas da Costa integrava o CGI da RTP desde 2017. “Foi um período muito intenso em que, com algum sacrifício da minha vida pessoal e profissional, e sem qualquer contrapartida financeira, procurei contribuir, de melhor forma que pude e soube, para a ação de um órgão da RTP que tem trabalhado, de forma discreta mas muito eficaz, pela estabilidade e progressiva melhoria da empresa”, escreveu no Facebook.
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