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André Silva deixa liderança do PAN e Parlamento em junho

Porta-voz do PAN decidiu abandonar as funções partidárias e a vida política depois do Congresso do partido, que terá lugar em junho. André Silva diz querer “apanhar o comboio da paternidade” e defende que “as pessoas não devem eternizar-se nos cargos, devendo dar oportunidade a outras”.
  • José Sena Goulão/LUSA
14 Março 2021, 18h43

O atual líder do PAN, André Silva, vai deixar a liderança do partido em junho, abandonando também o lugar na Assembleia da República e a vida política. O porta-voz do partido justifica a decisão com querer alcançar um maior equilíbrio entre a vida pessoal e profissional e  “apanhar o comboio da paternidade”, a que acresce a convicção de que “as pessoas não devem eternizar-se nos cargos”.

Numa publicação no Faceebok, André Silva partilhou a carta que enviou este domingo à tarde tarde aos militantes do PAN sobre a decisão de saída da vida política partidária e parlamentar, a partir do próximo congresso, marcado para os dias 5 e 6 de junho, anunciando que decidiu não se recandidatar e irá renunciar também ao mandato de deputado à Assembleia da República.

“Abdiquei de muito a nível pessoal para me dedicar à missão de afirmar e fazer crescer o partido, relegando todos os outros aspectos da minha vida. Chegou a hora de mudar. Tendo sido pai há 5 meses, considero que devo apanhar o comboio da paternidade para materializar valores que considero essenciais nas esferas privada e pública. Além de pretender equilibrar a minha vida pessoal e familiar com a vida profissional, carrego a forte convicção de que numa democracia saudável as pessoas não devem eternizar-se nos cargos, devendo dar oportunidade a outras”, afirmou André Silva, recordando que defende a limitação dos mandatos políticos.

O porta-voz do PAN recordou o trajeto e conquistas desde que se tornou membro da Comissão Política Permanente e porta-voz nacional do PAN, que descreveu como “partido então pouco conhecido que tinha como principais desafios a afirmação no espectro político-partidário nacional, a colocação dos direitos dos animais e do combate à crise climática como prioridades do debate político, e a afirmação dos direitos sociais das pessoas fora dos arcaicos preconceitos do divisionismo esquerda/direita”.

“Abracei, de corpo e alma, estes desafios porque acreditava que a mudança era possível”, vincou, reiterando que sete anos depois continua “a acreditar nessa mudança e na capacidade única deste colectivo partidário para a afirmar”.

Na missiva de despedida, faz o balanço sobre o seu desempenho: “durante estes anos vivi intensamente os desígnios do PAN, tendo dado o máximo que tenho e da forma que melhor sei. No caminho, cometi erros, tentei aprender com eles e corrigi-los”, acrescentando que se irá “embora tendo presente o patamar de notoriedade atingido pelo partido, bem como as aptidões de acção política e de disputa eleitoral autónoma que adquiriu nos últimos anos”.

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