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André Ventura: “Não desejei ser candidato a estas eleições. Preferia que fosse Passos Coelho”

Líder do Chega revelou hoje que não queria ser candidato à Presidência da República mas disse também que o Chega teria de ter um candidato nas eleições que vão ter lugar a 18 de janeiro.
16 Setembro 2025, 17h18

André Ventura, presidente do Chega, revelou esta terça-feira que é candidato à Presidência da República, apesar de não ter desejado lançar-se nesta corrida e de considerar que Pedro Passos Coelho seria um bom nome para as Presidenciais que acontecem a 18 de janeiro.

“Não desejei estas eleições presidenciais, não desejei ser candidato nestas eleições presidenciais, entendo como sempre entendi no passado que o líder da oposição não tem como vocação primeira ser candidato à Presidência da República. Disse-o e assumo esta tarde: Durante os últimos meses procurei garantir que o Chega tinha um candidato à altura das suas aspirações. Falhei na tarefa de arranjar essa alternativa”, disse André Ventura, acrescentando que teria vontade de que fosse “Pedro Passos Coelho candidato a Presidente da República”.

“Não foi possível e ao não ser possível o líder deve agir com o que tem e não com o que gostaria que tivesse. A política é muitas vezes a arte do possível”, acrescentou.

Além disso, Ventura frisou que “como sempre disse, o Chega teria de ter voz nas eleições presidenciais fosse o seu líder o candidato ou qualquer outro nome numa candidatura. Um partido com 23,5% dos votos que não permite aos seus eleitores terem uma escolha no boletim de voto, é um partido fraco que não gosta de arriscar e que teme o risco político”.

“Toda a minha vida política é feita e continua a ser feita dentro daquilo que Sá Carneiro dizia: a política sem risco é uma chatice. O país acima de qualquer outra coisa”, citou, assumindo o “enorme risco político” que a sua candidatura representa. André Ventura disse que “nunca, nunca, nunca” permitirá que o seu partido tenha “deliberadamente” candidaturas fracas e inócuas, seja em que eleições for.

Erguendo nesta apresentação todas as bandeiras do partido, desde a luta contra a corrupção e a imigração “descontrolada”, ao combate ao que diz ser a “subsídio-dependência”, André Ventura disse que, apesar de não ser seu desejo ser candidato, sê-lo neste momento “é a melhor forma de liderar a oposição”.

André Ventura defende que será “o candidato dos portugueses comuns” e diz que nenhum dos seus principais adversários, Marques Mendes, Gouveia e Melo e António José Segura, representará o espírito de mudança que o Chega tem vindo a imprimir na sociedade.

Aqui, o candidato do Chega jogou ao ataque, elegendo o ex-almirante como o seu principal alvo. “Quero pedir desculpa aos portugueses [por ter admitido apoiar Gouveia e Melo]. Não sabia, como não poderia saber, que Gouveia e Melo, não obstante a forma como se apresentava como sendo um candidato fora do sistema, traria para dentro da sua candidatura o pior que o sistema político tem ou teve, como acontece com Isaltino Morais e Rui Rio” e que “se alinharia com PS e PSD”.

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