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Prisa pode ser alvo de OPA. Negociação dos títulos foi suspensa

A CNMV justifica a suspensão da Prisa “pela ocorrência de circunstâncias que poderiam perturbar o normal desenvolvimento das operações sobre os referidos valores mobiliários”. No momento da suspensão, cada título da Prisa valia 0,71 euros.
19 Novembro 2020, 10h25

O empresário Blas Herrero e um grupo de investidores espanhóis, assessorados pelo francês Société Générale, preparam-se para avançar para a compra da Prisa, grupo de media que detinha a Media Capital, segundo a imprensa espanhola. A congénere espanhola da CMVM já suspendeu a negociação da Prisa em bolsa.

Blas Herrero, dono da rádio espanhola Kiss FM, entrou no capital da Prisa com uma posição de cerca de 3%, mas ambiciona controlar o grupo que detém o El País e, por isso, está a preparar terreno para lançar uma oferta pública de aquisição (OPA). De acordo com o “El Confidencial”, ainda não foi lançada uma oferta mas o conselho de administração da Prisa já terá recebido uma carta de intenções.

Já o “El Economista” escreve que os acionistas estão disponíveis para vender as suas posição a favor de Blas Herrero. O mesmo jornal diz que o dono da Kiss FM não tem capital nem para cobrir os 510 milhões de euros da capitalização da Prisa (fechou na quarta-feira a cotar 0,71 euros), nem os 200 milhões de valorização do grupo. Por isso, Herrero surgiu com um grupo de investidores, que podem ser fundos de investimento.

Depois de ter sido noticiado o interesse de Blas Herrero na Prisa, a Comissão Nacional do Mercado de Valores decidiu suspender a Prisa da negociação bolsista. No momento da suspensão, cada título da Prisa valia 0,71 euros.

A CNMV justifica a suspensão da Prisa “pela ocorrência de circunstâncias que poderiam perturbar o normal desenvolvimento das operações sobre os referidos valores mobiliários”.

De acordo com o “Expansión”, a suspensão da negociação das ações da Prisa ocorrem numa altura em que o grupo recuperava terreno no mercado, tendo em conta a conclusão da alienação da Media Capital por 36,8 milhões de euros, o acordo para venda da Santillana por 465 milhões de euros e o refinanciamento da dívida.

Os últimos dados do regulador do mercado de capitais espanhol indicam que a Prisa tem como principal acionista o fundo Amber Capital com 29,8%, seguindo-se a operadora Telefónica (9,4%) e HSB (9,1%), o Santander (4,1%) e o empresário mexicano Carlos Slim (4,3%).  A operadora Telefónica e os bancos estarão dispostos a vender, depois de terem ajudado o grupo a reduzir dívida.

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