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António Costa diz que combate às desigualdades “não pode terminar”

“Nas alterações climáticas não basta termos a ambição de termos a neutralidade carbónica em 2050, isso implica mesmo que cada um de nós altere os seus hábitos de vida para darmos o nosso contributo para que possa ser diferente”, desafiou o primeiro-ministro.
15 Junho 2019, 19h44

O secretário-geral do PS defendeu este sábado, 15 de junho, em Viseu, na abertura da primeira de quatro convenções temáticas do partido, que o combate às desigualdades no país “não pode terminar” e que esse processo implica mudar comportamentos.

“As desigualdades são um combate que não pode terminar, porque há sempre novos desafios que ameaçam pôr em causa a igualdade já conquistada, e um dos desafios centrais tem a ver com a transição para a sociedade digital”, afirmou António Costa.

O primeiro-ministro lembrou que este desafio “vai exigir novas competências a quem está na escola”, mas “não pode deixar de fornecer novas qualificações às gerações que já estão no mercado de trabalho”.

“Não podemos ficar para trás ou impedir que o país vá para a frente. Não, nós temos de ter a ambição de conseguir pôr o país na linha da frente sem que ninguém fique para trás, sem que nenhuma região fique para trás, sem que nenhuma criança ou adulto ou idoso, outro território fique para trás. É mesmo essa ambição que temos para fazer ainda mais e melhor em matéria de desigualdades”, assumiu.

Na abertura da primeira de quatro convenções temáticas do partido, dedicada às desigualdades, António Costa lembrou o trabalho realizado desde que assumiu o Governo, em 2015, afirmando que as medidas tomadas “fizeram diminuir a desigualdade de rendimentos”, mas “é preciso fazer mais” na próxima legislatura.

“Se queremos ter um programa, tem de ser dirigido ao conjunto da sociedade e o tema da desigualdade salarial é um exemplo essencial. Já temos a igualdade salarial na constituição, na lei e até em todos os contratos de trabalho, mas temos uma enorme desigualdade e isso implica efetivamente mudar os comportamentos”, defendeu.

Perante um auditório de 200 lugares lotado, António Costa aludiu aos temas das próximas convenções – alterações climáticas, demografia e sociedade digital – para referir que também nestas temáticas “é preciso mudar de atitude”.

“Nas alterações climáticas não basta termos a ambição de termos a neutralidade carbónica em 2050, isso implica mesmo que cada um de nós altere os seus hábitos de vida para darmos o nosso contributo para que possa ser diferente”, desafiou.

Durante 30 minutos, António Costa apresentou dados das “conquistas desde 2015” no combate às desigualdades e, com o auxílio da secretária de Estado, Rosa Monteiro, lembrou que “foram dados muito significativos no combate à desigualdade salarial” entre homens e mulheres.

Rosa Monteiro adiantou que “no dia 27 vai ser apresentado um primeiro resultado da nova lei que obriga todas as entidades empregadoras a assentarem as suas grelhas salariais e a sua avaliação de funções em critérios objetivos e não enviesados sob o ponto de vista do género.

“E este barómetro dará indicadores precisos e estatísticos sobre os setores que estão piores”, indicou.

Depois das três convenções temáticas restantes, está marcada para 20 de julho uma convenção nacional onde António Costa espera “aprovar o programa” eleitoral para as legislativas de 06 de outubro e lembrou que não poderá haver falsas promessas.

“Hoje temos um quadro num cenário macroeconómico que é o que resulta do Programa de Estabilidade e, portanto, não nos podemos comprometer a fazer nada que não tenhamos a certeza de que vamos poder cumprir ao longo dos próximos quatro anos”, assumiu.

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