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António Costa Silva diz que não vai para o Governo

O novo conselheiro económico de António Costa garantiu que não vai integrar o Executivo. Sobre a TAP, defende a intervenção do Estado, mas preservando os postos de trabalho.
1 Junho 2020, 10h06

O novo conselheiro económico do primeiro-ministro garante que não vai integrar o Governo socialista.

Em entrevista à RTP no domingo, António Costa Silva rejeitou a possibilidade de vir a integrar o Executivo. “Não serei” do Governo, respondeu, depois do jornalista ter sugerido esta possibilidade.

No sábado, o jornal Expresso tinha avançado esta possibilidade: Com a eventual saída de Mário Centeno, Pedro Siza Vieira poderia sair do ministério da Economia para assumir a pasta das Finanças, deixando o caminho aberto para António Costa Silva ir para a Horta Seca.

Sobre a hipótese de vir a negociar diretamente com os partidos pelo Governo, as medidas para o Programa de Recuperação Económica, o presidente da petrolífera Partex rejeitou esta possibilidade.

“Os partidos têm razão, eu tenho imenso respeito pelos partidos. A minha missão não e negociar, a minha missão é fazer o plano. Quem vai negociar, fazer as escolhas, e estabelecer prioridades, é o Governo”, esclareceu, depois de vários partidos terem deixado críticas a hipótese do gestor vir a sentar-se à mesa de negociações.

Na entrevista, o gestor convidado por António Costa para desenhar o plano de recuperação económica pós-pandemia Covid-19, também foi questionado pela situação na TAP e a intervenção pública na companhia aérea.

“O Estado deve intervir [na TAP]”, defendeu António Costa Silva. “Não podemos deixar que empresas que podem ser rentáveis se afundem e entrem em estado de coma. Esta capitalização que o Estado terá de efetuar, tem de ser sujeita a condições: uma delas é preservar o emprego, outra qualificar as pessoas, os trabalhadores, e verificar ao nível das empresas como podem mudar os seus planos de negócio, adaptar-se à competiçáo global e lutar para abrir novas fileiras em termos de futuro”.

O presidente da petrolífera Partex, que pertencia à Fundação Calouste Gulbenkian e que foi comprada pelos tailandeses da PTTEP, destacou que a “crise demonstrou que as cadeias logísticas e de abastecimento que estavam criadas são muito perigosas. Dependemos do exterior de equipamentos críticos, fulcrais na saúde, medicamentos”.

“Vai haver aqui uma reorganização das cadeias logísticas. E a União Europeia já assinalou claramente que a Europa tem de ter uma economia estratégica. A economia portuguesa desde a industria têxtil, à fabricação de equipamentos e maquinas está preparada para se adaptar a isto”.

Inquirido sobre se o Governo deveria aumentar os trabalhadores da Função Pública, o gestor rejeitou fazer comentários. “Não me cabe a mim, não sou do Governo, sou independente”.

“Na administração publica temos setores excecionais, temos outros que têm menor qualidade. Tem de haver qualificação de todos esses setores. Há também um programa previsto em termos de competências digitais, eu penso que a administração pública pode ser muito revolucionada”, afirmou na entrevista.

 

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