A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) mostrou-se hoje satisfeita com a “decisão sensata” de chumbar as propostas que previam o encerramento das grandes superfícies aos domingos e feriados e o limite da sua atividade até às 22:00.
“Estamos satisfeitos que tenha havido uma decisão sensata por parte dos grupos parlamentares e esperamos que o assunto fique adormecido. Trata-se do desenvolvimento da sociedade, da economia e da liberdade de escolha dos consumidores”, afirmou o secretário-geral da APED, Gonçalo Lobo Xavier, em declarações à Lusa.
Um grupo de cidadãos apresentou uma proposta de alteração ao regime dos horários de funcionamento dos estabelecimentos comerciais.
Esta proposta, subscrita por mais de 23.000 pessoas, previa o encerramento do comércio aos domingos e feriados e a redução do período de funcionamento destes espaços até às 22:00.
PSD, PS, IL e CDS-PP votaram hoje contra esta proposta, o Chega absteve-se e as restantes forças políticas votaram a favor.
O Bloco de Esquerda apresentou um projeto de lei que também tinha em vista o encerramento das grandes superfícies comerciais aos domingos e feriados.
O diploma contém uma exceção para os cinemas e estabelecimentos de restauração.
Este projeto foi rejeitado pelo PSD, Chega, IL e pelo CDS-PP, enquanto os restantes partidos votaram a favor.
“Julgo que este tipo de propostas não conhece a realidade, a vontade das famílias e estão agarradas a uma vontade ideológica que não corresponde ao país, ao consumidor e àquilo que as famílias querem para as suas vidas”, apontou Gonçalo Lobo Xavier.
Para a APED, imperou assim o bom senso e a liberdade de escolha dos consumidores, insistindo que um hipotético encerramento dos centros comerciais aos domingos e feriados poria em risco cerca de 16.000 postos de trabalho direitos e mais alguns indiretos.
Por outro lado, destacou o impacto social, uma vez que o fim de semana é o período em que os consumidores mais fazem as suas compras.
A isto acrescem as consequências para o emprego em ‘part-time’, sobretudo para os jovens que usam o fim de semana para ganharem um extra.
“São os próprios sindicatos que nos dizem que os fins de semana são fundamentais para o rendimento dos trabalhadores”, sublinhou.
Lobo Xavier disse respeitar muito todas as iniciativas de cidadãos, mas lembrou que este tema tem sido levado ao parlamento “de forma insistente” nos últimos anos.
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