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APSTE critica Graça Freitas por considerar que eventos precisam de mais restrições

“É incompreensível e lamentável que alguém com as responsabilidades e protagonismo recente da doutora Graça Freitas venha para a praça pública proferir declarações tão irresponsáveis, sobretudo num dos momentos mais críticos para um dos setores de atividade mais importantes para este país”, apontou presidente da APSTE.
  • Miguel A. Lopes/Pool/Lusa
29 Outubro 2020, 12h43

A Associação Portuguesa de Serviços Técnicos para Eventos (APSTE) reprovou o que disse a diretora geral de saúde, Graça Freitas sobre a restrição de eventos e considerou as declarações como “um verdadeiro atentado á sobrevivência de todo um setor”.

“APSTE condena veementemente as declarações recentemente proferidas pela Diretora-Geral da Saúde, ao defender uma maior restrição dos eventos, e relembra que existiram vários exemplos de sucesso desde o início da pandemia, tais como a Festa do Avante, a Feira do Livro ou o Cubo Mágico”, apontam a associação em comunicado.

Na missiva a APSTE recorda que “após a realização do Grande Prémio de Fórmula 1 em Portugal, a diretora-geral de saúde, Graça Freitas, considerou que: temos de restringir muito os eventos”. Tendo em conta as afirmações, os representantes dos serviços técnicos para eventos reprovam-nas e acreditam que “contribuem, direta ou indiretamente, para a provável falência de centenas de empresas de um dos setores mais fustigados pela Covid-19 e para a ida para o desemprego de milhares de portugueses altamente especializados”.

“É incompreensível e lamentável que alguém com as responsabilidades e protagonismo recente da doutora Graça Freitas venha para a praça pública proferir declarações tão irresponsáveis, sobretudo num dos momentos mais críticos para um dos setores de atividade mais importantes para este país. É importante não esquecer que os eventos estão diretamente ligados ao Turismo, um dos principais motores da economia nacional nos últimos anos”, destacou Pedro Magalhães, presidente da APSTE.

“Se até aqui já tínhamos pouco ou nenhum trabalho, qual acham que será a reação do mercado e das pessoas a este tipo de afirmações?”, questiona Pedro Magalhães sublinhando que “se em agosto a situação já era desesperante, basta fazer as contas e imaginar o que estarão a passar agora estas empresas, e respetivos colaboradores, depois de sete meses sem trabalhar”.

Sobre o estado financeiro das empresas, a APSTE destacou que “no primeiro, feito no final de maio, 56% do universo de empresas associadas indicavam não ter liquidez suficiente para pagar os salários nos meses de agosto e setembro; no segundo, feito em agosto, 20% do universo de inquiridos indicava já ter dado início a processos de despedimento”.

“Quanto a nós, a Diretora-Geral de Saúde devia retratar-se ou, no mínimo, esclarecer estas afirmações, porque todos os empresários e trabalhadores deste setor se sentem altamente revoltados e injustiçados”, conclui Pedro Magalhães lembrando que, “segundo o IGAC [Inspeção Geral Das Atividades Culturais] aconteceram 12 mil eventos culturais em Portugal desde 1 de junho e, com mais ou menos celeuma, não se registaram problemas de maior ou potenciais surtos de Covid-19”.

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