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Argentina. Bilhete de autocarro vai custar mais de metade do salário mínimo

Governo prepara cortes na subsidiação dos transportes públicos na Argentina e o cenário deve piorar com a eliminação desses subsídios. Em algumas zonas da capital, viajar de autocarro custa dois terços do salário mínimo aos argentinos.
28 Dezembro 2023, 10h33

“A motoserra de Javier Milei chegou aos transportes públicos”. A imagem é deixada esta quinta-feira no económico espanhol “El Economista” e retrata bem o cenário caótico que se está a preparar para os milhões de argentinos que têm de usar os transportes públicos.

De corte em corte, chegou a vez dos autocarros. O novo presidente da Argentina já tinha avançado que iria cortar a subsidiação dos transportes públicos e prometeu dar detalhes da dimensão desse corte a partir de 1 de janeiro. No entanto, a imprensa argentina começou a avançar com alguns números e só em Buenos Aires, esse impacto promete ser considerável.

Num artigo publicado esta quinta-feira no site “El Economista”, calcula-se que o preço de uma viagem de autocarro possa multiplicar por seis, de menos de 70 pesos para 400 pesos. Mas o pior cenário já se está a fazer sentir para quem anda de transportes públicos nas zonas mais distantes da capital: o preço do bilhete já quintuplicou e o custo para quem tem que o fazer duas vezes por dia já implica o gasto de dois terços do salário mínimo.

O presidente da Federação dos Transportes de Passageiros da Argentina já veio a público admitir que o Governo terá indicado que o corte de transferências públicas que recebem do Estado será de 30% a partir do próximo ano. Essa descida na subsidiação associada a um forte aumento do preço dos combustíveis devido à desvalorização do peso irá implicar que o preço do bilhete suba dos 53 a 72 pesos atuais (dependendo da distância) para 400 pesos por trajeto. E espera-se que essa subida não fique por aqui porque o Governo argentino já mostrou intenção de eliminar esses subsídios já no próximo ano.

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