O estudo “Small Business, Big Opportunity” realizado pela Sage analisou quase doze mil PME em todo o mundo. Quais foram os principais destaques do estudo?
De um modo global, verificou-se que, embora as PME tenham vivido um 2022 difícil, com o aumento de custos e mais pressão sobre as receitas e o cash-flow, partilha-se um sentimento de otimismo para 2023, com planos mais arrojados e maior confiança na sua concretização. Mais de 61% das PME reportaram que a sua rentabilidade foi impactada pelos custos acrescidos, no entanto, 65% estão a lidar bem com este cenário e 68% acreditam mesmo que a situação vai melhorar.
Outra conclusão que se destaca é que a subsistência das PME teve por base um enorme foco na redução de custos, apostando no melhor talento e no aumento da produtividade. Neste contexto, 37% das empresas veem o aumento da sua eficiência e a qualidade das suas equipas como os principais drivers para a sua confiança, tendo a satisfação dos negócios com a sua produtividade aumentado significativamente de 68%, em 2022, para 78% em 2023.
Por fim, a nível global, as PME experienciaram uma grande mudança na confiança ao efetuarem determinadas adaptações, incluindo o investimento em equipamentos (114%), adoção de novas tecnologias (84%), contratação de mais funcionários (67%), trabalho mais eficiente e aumento da produtividade (35%).
E relativamente às PME portuguesas, quais os principais destaques em comparação com as PME do resto do mundo?
Em Portugal foram ouvidas 1 032 PME e um dos principais destaques é o facto destas PME terem conseguido aumentar as suas receitas em 41% em 2022, em comparação com outros mercados globais com 34%, apesar das dificuldades sentidas como, por exemplo, o aumento dos custos ou problemas de liquidez. Para além disso, 41% destas PME esperam ainda aumentar as suas receitas entre os 10 e os 40% nos próximos 10 anos. Este tipo de empresas mostra-se notavelmente mais otimistas em relação às suas perspetivas de sucesso em comparação com as PME dos restantes países. De acordo com os resultados obtidos neste estudo, 76% destas empresas em Portugal indicam que se encontram de momento maioritariamente confiantes, face a um total global de 71%.
Uma das surpresas deste estudo é o otimismo das PME em relação às suas perspetivas de sucesso. Quais as razões deste otimismo?
No geral, o estudo concluiu que as PME portuguesas obtiveram um desempenho comparativamente bom para atingir as metas de receita, com 55% das PME portuguesas a atingir os seus objetivos de receita, como ainda apresentam fortes ambições de crescimento, como 22% a antecipar que os custos irão diminuir. Este otimismo quanto às suas perspetivas deve-se, essencialmente, devido ao facto das PME portuguesas estarem mais resilientes do que nunca. No entanto, essa confiança não deve ser confundida com invencibilidade.
Face a este cenário, os gestores deste tipo de empresas em Portugal têm uma ambição desigual comparativamente aos restantes mercados em querer vender o seu negócio no futuro, muitas vezes com o objetivo de duplicar o seu valor atual. Na verdade, apenas 6% destas empresas afirmam que gerem o seu negócio para financiar o seu estilo de vida, em vez de construir riqueza, em comparação com 16% a nível mundial. Uma evidencia adicional deste ponto é o facto de 13% dos fundadores de PME portuguesas terem como objetivo vender o seu negócio no futuro por um preço muito maior do que o seu valor atual, em comparação com apenas 7% a nível mundial.
As PME portuguesas reconhecem a importância das novas tecnologias para o desenvolvimento do seu negócio. Contudo foram lentas na adoção destas em 2022. Como se justifica esta lentidão?
Em 2022, as PME portuguesas foram as mais lentas a adotar novas tecnologias para operar de forma mais eficiente devido, essencialmente, à falta de orçamento, bem como à dificuldade em compreender e implementar as melhores opções.
No entanto, isso não significa que não reconheçam a sua importância. A tecnologia é vista pelas PME portuguesas como um fator chave para o sucesso do negócio no futuro, 43% dos inquiridos indicaram que planeiam aumentar o seu investimento na implementação de tecnologias emergentes, como, por exemplo, o 5G (29%), a Inteligência Artificial (19%) e o metaverso (18%).
Qual é a importância do apoio dos legisladores e do investimento em tecnologia para as PME portuguesas alcançarem o seu potencial de transformação digital, conforme mencionado no estudo?
É necessário o suporte contínuo dos legisladores da União Europeia para que as PME recebam apoios para inovar e crescer, a medida que alcançam um nível básico de maturidade digital. É inegável a importante contribuição das PME para a economia e para comunidades na Europa, e também fora dela, sendo por isso cada vez mais importante uma abordagem pro-tecnologia e pro-empresa.
Para apoiar o sucesso das PME no futuro, as administrações, as empresas públicas e a iniciativa privada devem incentivar e apoiar o investimento digital das PME através de investimento e legislação, para que as empresas em Portugal, e em todo o mundo, possam implementar processos de digitalização que lhes permitam avançar neste caminho tecnológico.
Este conteúdo patrocionado foi desenvolvido em colaboração com a Sage.
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