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Atividade empresarial moçambicana abranda em maio pela primeira vez em quatro meses

De acordo com as conclusões do estudo mensal do Standard Bank, registou-se “um abrandamento do dinamismo no setor privado no mês de maio, com as condições de operação a diminuírem pela primeira vez em quatro meses”, enquanto a “produção e as novas encomendas continuaram a aumentar”.
4 Junho 2025, 18h02

O índice PMI de atividade empresarial em Moçambique registou em maio o primeiro abrandamento em quatro meses, passando para terreno negativo, segundo o Standard Bank, que conduz o inquérito, divulgado hoje.

De acordo com as conclusões do estudo mensal, registou-se “um abrandamento do dinamismo no setor privado no mês de maio, com as condições de operação a diminuírem pela primeira vez em quatro meses”, enquanto a “produção e as novas encomendas continuaram a aumentar”.

Ainda assim, lê-se, “as taxas de crescimento diminuíram, levando as empresas a reduzir” o nível de aquisições e de ‘stocks’, e o “emprego manteve-se estável, em termos globais, enquanto as perspetivas de atividade futura permaneceram fortemente positivas”.

Citado no estudo, o economista-chefe do Standard Bank, Fáusio Mussá, reconhece que este índice “tem apresentado volatilidade desde o último trimestre de 2024”, o qual tem vindo a aumentar, demonstrando “uma falta de dinâmica de crescimento na recuperação da economia após as eleições gerais” de outubro passado.

“Os dados do PMI mostram expansões mensais consecutivas a um ritmo mais lento na produção e nas novas encomendas, e contrações nas aquisições e nos ‘stocks’, sem crescimento no emprego, o que resultou num declínio dos custos dos meios de produção”, observa Mussá.

O índice PMI (Purchasing Managers Index, em inglês) subiu de 50,2 em março para 50,5 em abril, ficando acima do valor neutro de 50 pelo terceiro mês consecutivo, mas em maio caiu para 49,6 pontos, aponta-se no estudo, referindo-se igualmente “uma ligeira deterioração das condições das empresas”.

Indicadores do PMI acima de 50 pontos apontam para uma melhoria nas condições das empresas em relação ao mês anterior, enquanto indicadores abaixo desse valor mostram uma deterioração.

“Os dois maiores componentes do PMI, a produção e as novas encomendas, permaneceram em território positivo durante o mês de maio. No entanto, as taxas de crescimento abrandaram em ambos os casos e foram as mais fracas registadas nos últimos quatro meses. Apesar de alguns participantes do inquérito terem comunicado um maior número de clientes e encomendas maiores, outros referiram menos pedidos e níveis de fornecimento reduzidos”, refere-se igualmente no estudo.

Acrescenta-se que “as empresas tenderam a assinalar que o crescimento mais fraco das vendas tinha afetado a produção”.

Com “as condições de procura a estabilizarem”, aponta-se ainda, “as empresas moçambicanas optaram por reduzir as suas aquisições de meios de produção e bens para revenda” em maio, com o inquérito “a indicar a primeira contração em 2025 até ao momento”, o que resultou ainda “numa nova queda da quantidade de bens adquiridos mantidos em ‘stock’”.

Depois de “um ligeiro aumento em abril, o emprego manteve-se globalmente estável em maio, uma vez que a grande maioria das empresas inquiridas não realizou qualquer alteração à sua mão de obra”, aponta-se igualmente no estudo, enquanto, ao mesmo tempo, “as empresas assinalaram uma nova queda no trabalho pendente”, sugerindo que “um abrandamento do crescimento da procura tinha aumentado a sua capacidade para satisfazer novas encomendas a tempo”.

Os dados do inquérito indicaram também em maio “uma nova redução dos preços médios dos meios de produção no setor privado moçambicano”, que se seguiu “a três meses consecutivos de subida de preços, embora o ritmo de declínio tenha sido moderado”.

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