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“Atos de corrupção? Zero”: Manuel Pinho critica Ministério Público sobre caso EDP

Questionado pelos jornalistas esta segunda-feira sobre se está de consciência tranquila relativamente ao Caso EDP, no dia em que o Ministério Público pediu penas de prisão para o ex-governante e para Ricardo Salgado, Manuel Pinho defendeu que existiram “zero atos de corrupção” e “que está totalmente convencido de que não será condenado em tribunal”.
6 Maio 2024, 16h42

Manuel Pinho, antigo ministro da Economia, disse estar convicto de que não será condenado em tribunal uma vez que, ao contrário do que defende o Ministério Público (MP), não cometeu qualquer ato de corrupção no âmbito do caso EDP.

Em prisão domiciliária desde dezembro de 2021, o antigo governante está a ser julgado no caso EDP por corrupção passiva para ato ilícito, corrupção passiva, branqueamento e fraude fiscal.

Questionado pelos jornalistas esta segunda-feira sobre se está de consciência tranquila, Manuel Pinho considera que existiram “zero atos de corrupção” e “que está totalmente convencido de que não será condenado em tribunal”.

“Acredito no tribunal, tenho a certeza que não cometi nenhum ato de corrupção. As testemunhas provaram que eu tinha um acordo laborar com o Grupo Espírito Santo datado de 2004 mas o procurador diz que como não está de acordo com a sua tese, aponta para 2005. Nenhuma testemunha confirma a tese do MP.

O MP pronunciou-se esta segunda-feira sobre o caso EDP e no entendimento dos procuradores estão provados os crimes de corrupção, branqueamento e fraude fiscal, tendo este organismo solicitado nove anos de prisão para Manuel Pinho.

Assim, o MP pediu hoje uma pena não inferior a nove anos de prisão para o ex-ministro da Economia Manuel Pinho no julgamento do caso EDP, no qual responde em tribunal por corrupção passiva, fraude e branqueamento.

“O que é relevante do nosso ponto de vista nestes crimes: a censura criminal. Não são crimes de impulso, são crimes ponderados. Neste caso é relevante uma pena que tem de garantir a censurabilidade e que o crime não compensa”, afirmou o procurador Rui Batista, no final das alegações finais no julgamento no Juízo Central Criminal de Lisboa.

Para o procurador, “uma pena final não inferior a nove anos de prisão será adequada à censura dos crimes”.

Para o antigo presidente do Banco Espírito Santo (BES), Ricardo Salgado, o MP pediu seis a sete anos de pena de prisão efetiva, enquanto para a mulher do ex-governante, Alexandra Pinho, foi defendida a aplicação de uma pena de quatro anos, suspensa na execução.

Durante cerca de quatro horas, o magistrado do MP recuperou os argumentos da acusação e passou em revista a prova produzida ao longo de cerca de sete meses de julgamento, considerando ter ficado provada a existência de um “acordo corruptivo” entre Ricardo Salgado e Manuel Pinho para que este último atuasse em defesa dos interesses do Grupo Espírito Santo (GES) enquanto estivesse no exercício de funções públicas.

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