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Austrália impede Huawei de construir rede 5G, por risco de segurança nacional. Pequim afirma “grande preocupação”

A Austrália justifica a decisão dizendo que empresas “que provavelmente estão sujeitas a instruções extrajudiciais de um governo estrangeiro” deixariam a rede do país vulnerável a acessos não autorizados ou interferências, e representariam um risco de segurança.
23 Agosto 2018, 10h54

A China e a Austrália estão em rota de colisão, depois de Camberra ter impedido a chinesa Huawei de fornecer equipamento para a rede de comunicações móveis de quinta geração (5G), por considerar que constitui um risco para a segurança nacional.

Em comunicado, o governo australiano afirma que os regulamentos de segurança nacional normalmente aplicados às operadoras de telecomunicações serão estendidos aos fornecedores de equipamentos.

Justifica a decisão dizendo que empresas “que provavelmente estão sujeitas a instruções extrajudiciais de um governo estrangeiro” deixariam a rede do país vulnerável a acessos não autorizados ou interferências, e representariam um risco de segurança.

A Huawei tinha garantido que nunca entregaria dados de clientes australianos a agências de informação chinesas, mas o Governo de Camberra respondeu que nenhuma combinação de controlos de segurança mitigaria suficientemente o risco de que isso acontecesse.

Em resposta, um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês declarou já a “grande preocupação” de Pequim com o sucedido e pediu à Austrália que retroceda na sua decisão.

“Pedimos à Austrália que abandone o seu preconceito ideológico para criar um ambiente saudável para a cooperação justa das empresas chinesas”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lu Kang, numa conferência de imprensa.

A China acusa a Austrália de tentar encontrar “desculpas” para levantar barreiras às empresas chinesas.

A lei chinesa exige que organizações e cidadãos apoiem e cooperem com o trabalho de inteligência, que, segundo analistas, podem tornar o equipamento da Huawei um canal de espionagem.

“É o que se obtém quando tem a estratégia de uma empresa chinesa está alinhada com o governo chinês”, disse John Watters, vice-presidente executivo e diretor de estratégia corporativa da empresa de segurança cibernética FireEye, citado pela agência de notícias Reuters.

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