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AWS reuniu em Lisboa mais de 1.300 pessoas e garante que “crescimento continua” em Portugal

O Centro de Congressos recebeu esta quarta-feira o evento nacional anual da tecnológica Amazon Web Services, onde quase duas dezenas de empresas subiram a palco para contar que dados estão a migrar para a ‘cloud’ e como utilizam tecnologia. De concessionárias de autoestradas e casinos até marcas de azeite, poucas resistem ao investimento na Inteligência Artificial.
17 Outubro 2024, 10h57

Mais de 1.300 pessoas, 30 sessões técnicas e 18 histórias de empresas que estão a utilizar cloud para obter melhorias de desempenho nos seus negócios em Portugal. Foi assim que terminou a terceira edição do evento anual da tecnológica norte-americana Amazon Web Services (AWS) em Portugal, o “AWS Cloud Experience”, que recebeu entidades públicas, startups, PME ou cotadas, como a EDP e a Mota-Engil.

A construtora liderada por Carlos Mota Santos foi uma das empresas de renome a marcar presença neste encontro de forma a contar, no palco principal do Centro de Congressos de Lisboa, como está a mudar o acesso à informação interna com assistentes digitais movidos a IA. Mais precisamente, com a plataforma digital Amazon Bedrock, de construção de aplicações com IA generativa. Sistema esse que também a startup portuguesa Visor.ai utiliza para automatizar a relação das empresas com clientes, permitindo-lhes criar chatbots para os seus websites sem código.

Destaque teve também a história do contrato entre três “amigos improváveis”: a AWS, a consultora Deloitte e a dona dos azeites Oliveira da Serra e dos óleos Fula. O grupo Sovena, que opera no setor agroalimentar, está a mudar para uma plataforma de computação mais moderna com o intuito de expandir o negócio para novas localizações no futuro. Trata-se de uma migração de aplicações para cloud em grande escala que abrange dois centros de dados, mais de 50 apps e 83 servidores.

“A Sovena decidiu migrar todos os fluxos de trabalho. É este tipo de maturidade que estamos a sentir no mercado porque, ainda assim, a percentagem de tecnologia que ainda não está na cloud é de 85%. Vemos que agora isso está a mudar nas empresas”, disse ao Jornal Económico (JE) a country lead da AWS em Portugal e Espanha, à margem da conferência.

A Unbabel – que trabalha na área da tradução automática e saltou para a ribalta mediática em 2023 com a tecnologia Halo, que parece “telepatia” – revelou que, ao migrar os dados para a nuvem da AWS, conseguiu reduzir em 10 vezes as despesas, aumentando a eficiência de custos. “Ajudou-nos a desenvolver e implementar com maior rapidez soluções avançadas de IA, como o Tower LLM [tradutor], o nosso inovador modelo de linguagem de grande escala”, assegurou o cofundador e CEO da Unbabel, Vasco Pedro.

Já a Solverde decidiu investir na gestão da informação sobre jogo online, casinos e apostas desportivas, e criar um chamado data lake (repositório de dados centralizado) na ‘nuvem’ da AWS.

Incitada a comentar a performance do negócio no país, nos primeiros nove meses de 2024, Suzana Curic limitou-se a dizer que o “crescimento continua”, caracterizou Portugal como “um dos países pulsantes” devido ao “foco na IA”. “Um estudo da Strand Partners, uma firma de consultoria independente, mostra que 35% do país e das suas empresas estão a utilizar IA ou IA generativa. Vemos interesse em todos os segmentos”, corroborou.

“É uma das coisas mais importantes para as pessoas realmente aprenderem: termos clientes que podem partilhar experiências, casos de uso, como migram, como utilizam a cloud, como podem ser mais eficientes, como podem utilizar todas as novas tecnologias como a IA generativa… Focamo-nos sempre nisso. Existe sempre um palco para o cliente contar as suas histórias e as tecnologias que as suportam. Além disso, o networking é muito importante, assim como a presença de parceiros (da consultoria e tecnologia) para contar como tornam esses casos reais”, afirma Suzana Curic ao JE.

Questionada sobre o relatório anual de tecnologia da KPMG, que o JE divulgada esta quinta-feira, a executiva da AWS revê-se nas conclusões e admite que houve bastante FOMO “no início, porque foi um tremendo hype”. “Eram só chatbots. Acho que a nossa abordagem é um pouco diferente, porque queremos ter a certeza de que injetamos nos processos de negócio dos clientes que os torna, efetivamente, mais produtivo para poder ter novos produtos e encontrar coisas que antes não seria possível”, explica. E enumera alguns casos de sucesso, como o unicórnio Outsystems ou a concessionária de autoestradas Ascendi, que explora a A5 que nos “levou” até ao AWS Cloud Experience Portugal. Foi por lá que também passaram nomes como Ryanair, RTP, Secil, Omniflow ou Jumia.

Uma conversa entre duas mulheres, que terminou com um apelo a que mais mulheres se juntem a empregos STEAM (Science, Technology, Engineering & Mathematics), porque não se dá resposta a esta elevada procura de produtos e serviços com “metade da população”. “Precisamos de mais mulheres em início de carreira nas STEM para podermos satisfazer a procura futura. É uma responsabilidade que temos e penso que nós, enquanto mulheres, temos de ser exemplos. Percebi, agora neste cargo, que é importante termos visibilidade, falarmos para os futuros talentos femininos para que possamos remover estas barreiras”, refere Suzana Curic, que conta agora com André Rodrigues, responsável pela área de Technology for Software Companies na AWS em França e no Sul da Europa. É o novo porta-voz da Amazon Web Services para Portugal…. e em Português.

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