[weglot_switcher]

Banco de Inglaterra diz que alterações futuras às taxas de juro dependem do tipo de Brexit

O Banco de Inglaterra manteve a taxa de juro inalterada em 0,75% e faz depender as mexidas na forma como o Brexit vier a ocorrer. No caso de um Brexit duro, o banco central admite que a taxa de juro vai “provavelmente descer”. Mas, no caso de uma saída da União Europeia ordenada, poderá aumentar as taxas de juro “a um ritmo gradual e até a um determinado limite”.
  • Alessia Pierdomenico/Reuters
19 Setembro 2019, 14h18

Numa decisão unânime, o  Monetary Policy Committee do Banco de Inglaterra decidiu, esta quinta-feira, não alterar a taxa de juro diretora, mantendo-a em 0,75%. Mas admitiu que poderá baixar as taxas de juro devido à incerteza em torno do Brexit num contexto de arrefecimento do crescimento da economia mundial.

O Comité revelou que qualquer decisão sobre as taxas de juro estão dependentes da forma do Brexit. No caso de um Brexit sem acordo, “a taxa de juro provavelmente vai descer”, lê-se no comunicado da decisão.

As decisões sobre as taxas de juro do Comité terão de equilibrar a pressão sobre a inflação, a desapreciação da libra e qualquer redução na capacidade produtiva, com a possível pressão da redução da procura”, explicou o BdI.

“Nesta eventualidade, a resposta da política monetária não será automática e poderá ser tomada em qualquer direção”, lê-se no documento.

No caso de um processo claro saída da União Europeia, o banco central admite “um excesso significativo da procura no médio-prazo”, desde que a economia mundial recupere dinamismo. “Caso tal suceda, o Comité considera que o aumento das taxas de juro, a um ritmo gradual e até a um determinado limite, seria apropriado para recolocar de forma sustentável a taxa de inflação na meta dos 2%”.

Apesar da forma do Brexit, o Comité mantém -se firme em “executar uma política monetária apropriada para alcançar a meta de inflação de 2%”.

Para James Smith, economista do ING, considerou que a postura do BdI demonsta que está “relutante em seguir a Reserva Federal e o Banco Central Europeu no sentido de uma política acomodatícia num futuro próximo”.

Esta quarta-feira, o banco central norte-americano cortou a taxa de juro diretora em 25 pontos base, para um intervalo de 1,75% a 2%, seguindo a política do BCE que, na semana passada, cortou a taxa de juro de depósito em dez pontos base para -0,5%.

James Smith explicou ainda que o que mais saltou à vista na decisão do BdI foi a preocupação sobre outlook em relação à subida dos salários, que “tem sido o pilar para a atitude mais hawkish” do banco central nos últimos anos.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.