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Banco Internacional de São Tomé e Príncipe “refuta alegações infundadas” sobre esquemas de lavagem de dinheiro russo

Também o Governo são-tomense já reagiu às alegações feitas no mesmo programa, afastando quaisquer indícios de lavagem de dinheiro russo através de bancos do arquipélago, e pediu ao Ministério Público e polícia judiciária de São Tomé e Portugal que investiguem relatados feitos num canal de televisão portuguesa.
5 Fevereiro 2025, 14h47

O Banco Internacional de São Tomé e Príncipe (BISTP), no qual a Caixa Geral de Depósitos detém uma participação de 27%, desmentiu as declarações feitas na terça-feira, num espaço de comentário da SIC Notícias, sobre alegadas operações de branqueamento de capitais da Rússia através de bancos são-tomenses.

Em comunicado, a instituição bancária fundada 1993 “refuta de forma veemente e categórica as alegações infundadas, difundidas ontem, dia 4 de fevereiro no Jornal da Noite da SIC, na rúbrica “Guerra Fria”, proferidas pelo jornalista e comentador José Milhazes, que sugerem um envolvimento do banco em esquemas financeiros de lavagem de dinheiro, destinados a contornar sanções internacionais impostas à Rússia, com base numa fonte na rede social Telegram”.

De acordo com José Milhazes, que citou informação partilhada no canal do Telegram ВЧК-ОГПУ, os bancos Gazprom e VTB Bank estão a utilizar dois bancos em São Tomé e Príncipe – o BISTP e o o Banco Equador, de capital maioritário angolano, e que faliu em 2016 -, “para escapar às sanções” da União Europeia contra a Rússia. “O principal instrumento utilizado pelos bancos russos é a compra de ações locais através de pessoas de confiança e de altos executivos”, afirmou.

Em resposta às mesmas alegações, o banco liderado por Francisco Piedade assegura que “não há qualquer registo de aquisição de participação acionista no BISTP por entidades russas, seja diretamente ou por meio de terceiros, nem qualquer indício de operações financeiras que visem a evasão às sanções internacionais”.

“O banco reitera o seu compromisso com a transparência, a ética e a integridade, pilares que sempre nortearam a sua atuação. O BISTP repudia categoricamente a disseminação de informações falsas e irresponsáveis, que prejudicam a sua reputação e a confiança dos seus clientes e parceiros. A instituição tomará todas as medidas necessárias para proteger a sua imagem e o seu bom nome de modo a assegurar que a verdade prevaleça”, refere a instituição bancária no comunicado.

Também o Governo são-tomense reagiu, esta quarta-feira, às alegações feitas no mesmo programa, afastando indícios de lavagem de dinheiro russo através de bancos do arquipélago, e pediu ao Ministério Público e polícia judiciária de São Tomé e Portugal que investiguem relatados feitos num canal de televisão portuguesa.

Segundo o ministro de Estado, Economia e Finanças de São Tomé e Príncipe, Gareth Guadalupe, apesar de, “à partida”, não haver “indícios que possa ter havido esse tipo de ações”, será feito um “trabalho de averiguação”, estando em contacto com o Banco Central, Ministério Público, Polícia Judiciária e Unidade de Informação Financeira (WIF, na sigla inglesa).

O BISTP sublinha ainda, na mesma nota, que “atua em total conformidade com as normas internacionais e locais de regulação financeira, seguindo rigorosamente as diretrizes do Grupo de Ação Financeira Internacional (FATF/GAFI), bem como os regulamentos do Banco Central de São Tomé e Príncipe”, bem como de “forma ativa e determinada no combate ao branqueamento de capitais e ao financiamento do terrorismo, assegurando que as suas operações e transações são devidamente escrutinadas e alinhadas com as melhores práticas do setor bancário”.

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