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Banco Montepio com prejuízos de 21,2 milhões de euros até setembro

O Banco  Montepio passou de lucros de 23,9 milhões de euros em setembro de 2022 para prejuízos de 21,2 milhões de euros, por causa do impacto negativo da venda do Finibanco Angola no primeiro semestre do ano. Excluindo este efeito, o banco tem lucros de 94,9 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano.
13 Novembro 2023, 09h37

O Banco  Montepio passou de lucros de 23,9 milhões de euros em setembro de 2022 para prejuízos de 21,2 milhões de euros, por causa do impacto negativo da venda do Finibanco Angola no primeiro semestre do ano.

Excluindo o efeito da reclassificação da reserva cambial no valor de 116,1 milhões de euros, na sequência da desconsolidação do Finibanco Angola no 1º semestre de 2023, o banco tem lucros de 94,9 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, o que significa um aumento de 71 milhões de euros em termos comparáveis. De relembrar que, entre janeiro e setembro de 2022, o Banco Montepio apresentava lucros de 23,9 milhões de euros.

O banco atribuiu a evolução favorável dos resultados líquidos recorrentes ao “aumento do produto bancário core, consubstanciado na variação positiva da margem financeira e das comissões”.

No comunicado, o Banco Montepio adianta que o produto bancário core atingiu os 396,6 milhões de euros, o que se traduz num crescimento anual de 52,1%, tendo a margem financeira aumentado 73,7% e as comissões um total de 9,2%.

Os resultados em operações financeiras totalizaram -15,3 milhões nos primeiros nove meses de 2023, observando-se uma diminuição de 40,3 milhões face ao valor apurado no período homólogo de 2022 devido aos menores resultados de reavaliação cambial em 44,2 milhões.

O produto bancário subiu 37,8% para 365,4 milhões de euros. Sendo que a margem financeira disparou 73,7% para 301,1 milhões de euros. O banco viu também subir a receita de comissões em 9,2% para 95,5 milhões de euros.

Por sua vez os custos operacionais cresceram 13,9% em ano de inflação e atingiram nos nove meses 198,8 milhões de euros.

O banco sublinha uma melhoria do rácio de eficiência3 para 46,7% (66,6% em setembro de 2022), “excluindo os resultados de operações
financeiras, os outros resultados e os custos relacionados com o programa de ajustamento”.

A instituição bancária evidencia que a concretização da venda do Finibanco Angola, onde tinha uma participação de 51% contribuiu “para a simplificação da estrutura societária e para o reforço do enfoque no mercado doméstico”.

No entanto, “o registo contabilístico do efeito não recorrente resulta da reciclagem da reserva cambial negativa associada à desconsolação do Finibanco Angola determinou o apuramento de um resultado liquido consolidado negativo de 21,2 milhões de euros, sem qualquer impacto na situação líquida ou nos rácios de capital”.

De acordo com comunicado do banco, o rácio Common Equity Tier 1 e Capital Total (fully implemented) subiram 15% e 17,8%, respetivamente, quando comparados com o período homólogo.

O crédito a clientes (bruto) caiu 3,9% para 11,8 mil milhões de euros, tendo o segmento de empresas representado 47% do total entre janeiro e setembro. Já os depósitos totalizaram 12,9 mil milhões de euros, com o segmento de particulares a representar 73%.

A entidade liderada por Pedro Leitão refere ainda que reestruturou mais de nove mil contratos de crédito à habitação no período em análise, incluído no apoio às famílias para mitigar o aumento das taxas de juro. “Apoio às famílias portuguesas através da adoção proativa de iniciativas internas e da aplicação das medidas aprovadas pelo Governo para mitigar os efeitos do aumento das taxas de juro de referência em mais de 9 mil contratos de Crédito à Habitação”, lê-se no comunicado.

O Banco Montepio registou um aumento de imparidades espelhada no custo do risco de crédito de 0,4%, que compara com 0,1% no período
homólogo de 2022. Sendo que a “Imparidade de crédito dos primeiros nove meses de 2023 totalizou 32,9 milhões, que compara com o valor de imparidade de 6 milhões que se traduziu num custo do risco de 0,1% registados no período homólogo de 2022”, refere a instituição.

Ao mesmo tempo o banco revela uma redução das exposições não produtivas (NPE) em 361 milhões de euros (-42,4% num ano), com o rácio NPE a fixar-se em 4,2%, comparando favoravelmente com os 6,9% apurados no final de setembro de 2022

O rácio NPE, líquido de imparidade para riscos de crédito, situa-se em 1,4%. O banco destaca o reforço dos níveis de cobertura dos NPE por imparidades para 67,2% (que compara com 54,9% em 30 de setembro de 2022) e para 107,0% (98,2% no final dos primeiros nove
meses de 2022) se considerados os colaterais e as garantias financeiras associadas.

O Banco Montepio revela ainda uma redução da exposição ao risco imobiliário em 150 milhões de euros (o que traduz uma queda homóloga de -33%), para um total de 301 milhões, representando 1,7% do ativo líquido (2,3% no final de setembro de 2022).

“Na sequência da redução significativa dos ativos não produtivos, do reforço dos rácios de capital e do sucesso registado no cumprimento dos objetivos do plano de ajustamento operacional, as agências de rating têm atribuído ao Banco Montepio sucessivas subidas de notação de risco, tendo a Fitch aumentado o rating da dívida sénior não garantida do Banco Montepio por três vezes consecutivas (num total de 4
níveis) e a Moody’s por duas vezes consecutivas (num total de 2 níveis), em doze meses, mantendo o Outlook (perspectiva) positivo em ambos os casos”, destaca o banco.

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