“É urgente afirmar a Biologia e os Biólogos como área e profissão fundamentais em todas as ciências da vida e domínios que lhes estão associados.” Na tomada de posse para o mandato 2025-2029, Maria Jesus Fernandes, bastonária da Ordem dos Biólogos, defendeu a necessidade de lançar bases para uma carreira própria até 2029.
A bastonária – reconduzida no cargo – sublinhou que, apesar de 27 anos de trabalho árduo, “continua a ser determinante a necessidade de afirmação dos biólogos como profissionais num leque muito alargado de áreas e serviços.”
Na cerimónia realizada, recentemente, no auditório do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), em Lisboa, Maria Jesus Fernandes reforçou a importância de distinguir o título profissional: “Divulgar junto dos profissionais que Biólogo é formal e juridicamente um título profissional, específico e estrito dos membros da Ordem dos Biólogos, e não um grau académico.”
Entre os objetivos do novo mandato, destacou a implementação dos colégios criados com a revisão estatutária de 2023, bem como a atribuição de títulos de especialidade. “Implementar os Títulos de Especialista, revalidando os já existentes, atribuindo os agora reformulados e implementando os novos”, afirmou. A criação e certificação de competências específicas será também uma prioridade, “respondendo às necessidades dos Biólogos em áreas específicas de atividade e do mercado de trabalho.”
Relativamente à área Ambiental, alertou para a situação precária em que bastantes profissionais exercem, uma vez que “continuam a ser muito explorados, com baixas remunerações, más condições contratuais, reduzido reconhecimento profissional e, consequentemente, reduzido reconhecimento social.”
Para a área da Educação defendeu a criação de um colégio específico, que permita uma intervenção mais eficaz junto das tutelas, enquanto a biotecnologia será tratada como “uma das áreas de excelência e de maior desenvolvimento nos próximos anos”. A nova liderança compromete-se, por isso, a “implementar a Comissão instaladora do Colégio de Biotecnologia e iniciar um trabalho consistente nesta área.”
A ligação às novas gerações será reforçada com a ANEBIO e os núcleos de estudantes, sendo intenção da bastonária “implementar formas que aprofundem a relação entre os Órgãos da Ordem e os estudantes, criando o estatuto de observador jovem e organizando um fórum jovem.”
No plano internacional, a Ordem dará primazia às relações com países de língua portuguesa, “desde logo com a implementação do Termo de Reciprocidade com o Brasil, assinado em Setembro de 2024, e estreitar o trabalho com Angola.”
A bastonária afirmou ainda o compromisso com temas emergentes como a emergência climática, a perda de biodiversidade, a inteligência artificial e a edição genética. “Os desafios éticos agigantam-se com os novos desenvolvimentos científicos, não podendo esquecer a edição genética e a utilização da IA, com todas as virtudes e ameaças que acarretam”, disse.
No encerramento, deixou clara a ambição do mandato de que o “objetivo é chegar a 2029 com uma Ordem dos Biólogos mais reforçada e com profissionais mais conscientes dos seus deveres e direitos e do seu papel na sociedade.”
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