Houve um consenso alargado entre os membros do Banco Central Europeu (BCE) quanto à prematuridade de avançar com reduções dos juros diretores em janeiro, dado o risco de cortar cedo demais, que, na avaliação dos responsáveis pela política monetária europeia, continua a superar o risco de manter as taxas elevadas durante demasiado tempo.
As atas da reunião de janeiro do BCE mostram que os responsáveis do banco reconhecem o abrandamento da inflação dada por vários indicadores, incluindo alguns implícitos, mas continuam a considerar prematuro avançar com reduções por enquanto. Ao mesmo tempo, o mercado havia incorporando agressivamente a probabilidade de cortes no futuro próximo, atribuindo 60% de hipóteses a um corte em abril e dando como certo uma descida dos juros em junho.
Como tal, as condições financeiras foram relaxando no final de 2023, o que significa uma transmissão menos eficaz da política monetária, podendo obrigar a um período ainda mais longo de aperto. Os “danos reputacionais” que uma inversão de política traria ao BCE também foram abordados, com os membros do banco a manifestarem a sua apreensão com esta possibilidade.
Os riscos de cortar juros mantêm-se assim maiores do que os de manter o atual nível restritivo, apesar de o banco reconhecer que, “pela primeira vez em muitas reuniões, os riscos associados ao objetivo para a inflação são vistos como mais equilibrados”.
Na mesma linha, a projeção feita em março para a inflação de 2024 deve ser cortada, admitem os membros do BCE.
Recorde-se que a reunião de janeiro não trouxe mexidas nos juros diretores da zona euro, que se mantiveram assim em 4,5%, um máximo absoluto no bloco europeu.
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