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BCE considerou “prematuro” cortar taxas em janeiro apesar de sinais favoráveis do lado dos preços

As atas da reunião de janeiro mostram um “consenso alargado” entre os membros do BCE no que respeita à prematuridade de cortes de juros, isto apesar de vários indicadores de inflação mostrarem que a pressão nos preços está a aliviar.
22 Fevereiro 2024, 14h24

Houve um consenso alargado entre os membros do Banco Central Europeu (BCE) quanto à prematuridade de avançar com reduções dos juros diretores em janeiro, dado o risco de cortar cedo demais, que, na avaliação dos responsáveis pela política monetária europeia, continua a superar o risco de manter as taxas elevadas durante demasiado tempo.

As atas da reunião de janeiro do BCE mostram que os responsáveis do banco reconhecem o abrandamento da inflação dada por vários indicadores, incluindo alguns implícitos, mas continuam a considerar prematuro avançar com reduções por enquanto. Ao mesmo tempo, o mercado havia incorporando agressivamente a probabilidade de cortes no futuro próximo, atribuindo 60% de hipóteses a um corte em abril e dando como certo uma descida dos juros em junho.

Como tal, as condições financeiras foram relaxando no final de 2023, o que significa uma transmissão menos eficaz da política monetária, podendo obrigar a um período ainda mais longo de aperto. Os “danos reputacionais” que uma inversão de política traria ao BCE também foram abordados, com os membros do banco a manifestarem a sua apreensão com esta possibilidade.

Os riscos de cortar juros mantêm-se assim maiores do que os de manter o atual nível restritivo, apesar de o banco reconhecer que, “pela primeira vez em muitas reuniões, os riscos associados ao objetivo para a inflação são vistos como mais equilibrados”.

Na mesma linha, a projeção feita em março para a inflação de 2024 deve ser cortada, admitem os membros do BCE.

Recorde-se que a reunião de janeiro não trouxe mexidas nos juros diretores da zona euro, que se mantiveram assim em 4,5%, um máximo absoluto no bloco europeu.

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