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BCE irá reavaliar em setembro se baixa juros enquanto crescimento salarial abranda

As minutas da reunião do BCE em julho não revelam muito sobre os próximos passos do banco central, mantendo a dependência dos dados, embora o mercado continue apostado numa descida. Os dados sobre o mercado laboral mostram um abrandamento do crescimento salarial no segundo trimestre.
BCE
22 Agosto 2024, 13h43

Os decisores do Banco Central Europeu (BCE) não abriram o jogo quanto à evolução da política monetária na última reunião, revelam as atas publicadas esta quinta-feira, mantendo em aberto uma reavaliação em setembro. O documento foi publicado no mesmo dia em que um indicador visto como chave pelo BCE mostrou um abrandamento do crescimento salarial, em linha com o esperado.

As minutas da reunião de política monetária de julho foram publicadas esta quinta-feira e dão poucos sinais quanto aos próximos passos no que respeita aos juros diretores na zona euro, optando ao invés por “manter um espírito aberto” na próxima reunião.

“A reunião de setembro foi amplamente vista como uma boa oportunidade para reavaliar o nível de restritividade da política”, lê-se no documento. Os membros do banco central deixaram, contudo, tudo em aberto no que respeita aos próximos meses, insistindo que “não haverá qualquer compromisso que um caminho pré-determinado”.

As atas publicadas esta quinta-feira reportam à reunião de julho, quando o BCE manteve os juros sem mexidas. A taxa diretora ficou assim em 4,25%, uma decisão esperada à altura dada a evolução da inflação largamente em linha com a expectativas dos responsáveis do banco central.

As projeções mantêm-se, mas o cenário macroeconómico para a zona euro está agora mais estagflacionário, consideram os responsáveis de política monetária, dado que a atividade mostra sinais de abrandamento. O sector dos serviços continua a ser o principal foco de preocupação, por um lado, pelo impacto na inflação, mas também o garante de algum crescimento, ao continuar a crescer apesar das dificuldades.

As atas foram divulgadas no mesmo dia em que o BCE publicou também as estatísticas referentes ao crescimento salarial no segundo trimestre, dados que têm vindo a ser considerados determinantes na evolução dos juros na zona euro, até pela própria presidente do banco central.

O crescimento dos salários abrandou de 4,74% para 3,55%, contando com o forte contributo do abrandamento na Alemanha, o motor económico do bloco europeu, mas também atualmente a maior fonte de problemas e dificuldades para a moeda única.

Os mercados continuam a estimar uma probabilidade de 90% para novo corte de taxas em setembro, antecipando ainda nova descida até final do ano apesar da falta de sinais do BCE.

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