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BCE mantém política monetária inalterada (com áudio)

As taxas de juro mantiveram-se inalteradas, bem como a dotação do pandemic emergency purchase programme (PEPP).
22 Abril 2021, 12h45

O Conselho de Governadores do Banco Central Europeu (BCE) deixou inalterada esta quinta-feira a política monetária, em linha com o esperado pelos analistas. O banco central não mexeu nas taxas de juro, que continuam em mínimos históricos, nem na dimensão do programa de emergência de compra de ativos, depois de ter anunciado na última reunião que iria acelerar o ritmo da compras no segundo trimestre face aos primeiros meses deste ano.

“Na reunião de hoje, o Conselho do BCE decidiu reconfirmar a orientação muito acomodatícia da sua política monetária”, explica o comunicado divulgado esta quinta-feira após a reunião.

Frankfurt sinaliza que “continuará a realizar aquisições líquidas de ativos ao abrigo do programa de compra de ativos devido a emergência pandémica (pandemic emergency purchase programme – PEPP), com uma dotação total de 1.850 biliões de euros, no mínimo, até ao final de março de 2022 e, em qualquer caso, até considerar que o período de crise do coronavírus terminou”.

“Dado que a informação entretanto disponibilizada confirmou a avaliação conjunta das condições de financiamento e das perspetivas de inflação realizada na reunião de março dedicada à política monetária, o Conselho do BCE espera que as aquisições no âmbito do PEPP ao longo do atual trimestre continuem a ser conduzidas a um ritmo significativamente mais elevado do que nos primeiros meses do ano”, vinca.

O BCE explica que irá avançar com as aquisições “de forma flexível de acordo com as condições de mercado e a fim de evitar um aumento da restritividade das condições de financiamento que seja incompatível com contrariar o impacto em sentido descendente da pandemia na trajetória projetada da inflação”, sublinhando que “se for possível manter condições de financiamento favoráveis com fluxos de compras de ativos que não esgotem a dotação no horizonte de aquisições líquidas ao abrigo do PEPP, a dotação não terá de ser utilizada na íntegra”.

“De igual modo, a dotação pode ser recalibrada, se necessário, para manter condições de financiamento favoráveis, a fim de ajudar a contrariar o choque negativo provocado pela pandemia na trajetória da inflação”, refere.

Na semana passada, Christine Lagarde sinalizou que o banco central irá manter o apoio até que a recuperação esteja bem avançada. “Pense num paciente que saiu de uma crise profunda, mas ainda usa duas muletas”, disse a presidente do BCE na semana passada. “Não se quer remover qualquer muleta, orçamental ou monetária, até que o paciente possa realmente andar bem”.

Na última reunião, o BCE decidiu manter as aquisições ao abrigo do programa de compra de ativos devido a emergência pandémica, com uma dotação total de 1.850 biliões de euros, no mínimo, até ao final de março de 2022 e, em qualquer caso, até considerar que o período de crise do coronavírus terminou. No entanto, anunciou que as aquisições no âmbito do PEPP do segundo trimestre deveriam ser “conduzidas a um ritmo significativamente mais elevado do que nos primeiros meses deste ano”.

Na reunião desta quinta-feira, o BCE manteve o compromisso de continuar a reinvestir os pagamentos de capital dos títulos vincendos adquiridos no contexto do PEPP, pelo menos, até ao final de 2023, bem como o facto das aquisições líquidas ao abrigo do programa de compra de ativos (asset purchase programme – APP) irão prosseguir a um ritmo mensal de 20 mil milhões de euros.

O banco central manteve ainda inalteradas a taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento e as taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de cedência de liquidez e à facilidade permanente de depósito em 0,00%, 0,25% e -0,50%, respetivamente. “O Conselho do BCE espera que as taxas de juro diretoras do BCE se mantenham nos níveis atuais ou em níveis inferiores até observar que as perspetivas de inflação estão a convergir de forma robusta no sentido de um nível suficientemente próximo, mas abaixo, de 2% no seu horizonte de projeção e que essa convergência se tenha refletido consistentemente na dinâmica da inflação subjacente”, refere.

“O Conselho do BCE está preparado para ajustar todos os seus instrumentos, consoante apropriado, a fim de garantir que a inflação evolui de forma sustentada no sentido do seu objetivo, em conformidade com o seu compromisso de simetria”, conclui.

As atenção estão agora centradas na conferência de imprensa da presidente do BCE agendada para as 13h30, com os analistas centrados sobre os sinais que Christine Lagarde dará sobre o programa de compras de ativos.

(Atualizado às 12h52)

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