Os juros diretores na zona euro devem começar a recuar já na próxima reunião do Banco Central Europeu (BCE), admitiu o economista chefe do banco, falando numa evolução favorável da inflação. Ainda assim, a postura monetária durante o resto do ano deve ser restritiva, aconselhou.
Numa entrevista ao “Financial Times”, o responsável pela política monetária europeia argumentou que o bloco da moeda única tem tido sucesso na luta contra a inflação, conseguindo recolocar o indicador numa tendência descendente, tal como a evolução salarial. Como tal, o mais apropriado será começar a “remover o nível superior de restrição”.
“Os dados que forem sendo conhecidos nos próximos meses ajudar-nos-ão a decidir o ritmo com que retiramos essa restritividade”, acrescentou Lane.
Apesar de não ter sinalizado explicitamente que tal passaria por baixar juros, o cenário mais evidente parece ser esse. Ainda assim, a ideia passa por manter uma política restritiva, falando em “descer [juros] dentro da zona de restritividade”, isto porque a incerteza continua a ser muita.
Estes comentários ficam em linha com as posições e declarações recentes de vários membros do BCE, nomeadamente Isabel Schnabel, vice-presidente do organismo, que manteve tudo em aberto para as reuniões após junho.
Os juros na zona euro estão num máximo histórico de 4% no bloco euro, depois de o BCE ter avançado com a subida de taxas mais expressiva para combater uma inflação elevada e persistente que atingiu um pico de 10,6%.
Sem se comprometer com caminhos específicos para os juros diretores, e frisando que essa questão “é secundária ou terciária face ao assunto principal, que é perceber se os dados salariais desaceleram gradualmente”, Lane reconheceu que a margem para descer será provavelmente maior no próximo ano.
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