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BdP mantém projeção de crescimento de 4,8% este ano, acima do Governo

Banco de Portugal mantém a projeção para o PIB deste ano inalterada face ao divulgado em junho, com a recuperação da atividade a refletir o controlo da pandemia e a manutenção de políticas económicas expansionistas.
6 Outubro 2021, 10h30

A menos de uma semana da entrega do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022), Mário Centeno mantém-se mais confiante do que o Governo para o crescimento da economia portuguesa este ano. No Boletim Económico de outubro, publicado esta quarta-feira, o Banco de Portugal (BdP) manteve inalterada a projeção de 4,8%, acima da meta inscrita pelo Governo no Programa de Estabilidade (4%), mas que deverá ser revista por João Leão na próxima semana.

O regulador bancário explica que a projeção para o PIB para este ano se manteve face a junho. “Por um lado, a incorporação das contas nacionais revistas traduziu-se numa recuperação mais forte da atividade na segunda metade de 2020, com impacto positivo na taxa de variação anual de 2021”, explica o BdP, justificando ainda que a variação em cadeia do PIB no segundo trimestre deste ano foi também ligeiramente superior à antecipada em junho devido a um maior crescimento do consumo privado.

A instituição liderada por Mário Centeno assinala, no entanto, que por outro lado, na segunda metade deste ano registou-se “um maior abrandamento do consumo privado e o agravamento das perturbações do lado da oferta a nível mundial – com impacto negativo no investimento e nas exportações de bens – traduzem-se numa revisão em baixa do crescimento do PIB”.

Desta forma, o BdP assinala que o crescimento da economia portuguesa este ano se aproxima do nível pré-pandemia no final do ano.

Na fotografia do cenário macro, destaca que a recuperação é mais lenta nas exportações, refletindo sobretudo as exportações de serviços (7%), exemplificando que estas deverão fixar-se quase 20% abaixo do nível pré-pandemia. O regulador corta, assim, as projeções de crescimento das exportações de 14,5%, do relatório publicado em junho, para 9,6%.

O BdP espera ainda um crescimento de 4,3% do consumo privado à boleia do aumento do rendimento disponível e pela redução gradual da taxa de poupança, num contexto de diminuição da incerteza.

Já o consumo público deverá crescer 5,2% em termos reais em 2021, após uma quase estabilização em 2020. “Esta aceleração resulta essencialmente do aumento do número de horas trabalhadas face ao primeiro semestre de 2020, período fortemente afetado pela pandemia”, explica.

Já para o investimento espera um crescimento de 5,6%, sustentado pelas perspetivas de recuperação, pelos fundos europeus e pelo crédito a taxas de juro baixas e com garantia do Estado, refletindo em parte, as dificuldades nas cadeias de abastecimento de matérias-primas e de outros bens intermédios.

(Atualizado às 12h10)

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