O Banco de Portugal (BdP) reviu em significativa alta o crescimento projetado para este ano, frisando que este volta a situar-se acima da média da zona euro apesar de as condições económicas serem menos favoráveis do que antes da pandemia. Em sentido inverso, a inflação para 2024 foi cortada, tanto no indicador nominal, como no subjacente.
O crescimento para este ano deve de 2%, ou seja, bastante acima dos 1,2% projetados em dezembro. Para 2025, o indicador também sofreu uma ligeira revisão em alta, de 2,2% para 2,3%, e de 2% para 2,2% no ano seguinte. Já a inflação foi cortada este ano de 2,9% para 2,4%, mantendo-se a projeção para 2025. Em 2026, o indicador de preços recua para 1,9%, menos do que os 2% anteriormente estimados.
Ignorando as categorias mais voláteis, ou seja, energia e bens alimentares, a inflação este ano será de 2%, menos do que os 2,3% estimados em dezembro. Contudo, o indicador core sobe nos anos seguintes para 2,2%, acima dos 2,1% projetados anteriormente.
“No horizonte de projeção, identificam-se riscos em baixa para a atividade e equilibrados para a inflação. O crescimento da economia pode ser restringido, externamente, pela escalada das tensões geopolíticas, pelo abrandamento da procura externa e por um maior impacto do aperto verificado nas condições financeiras”, refere o comunicado do banco.
“Internamente, a incerteza na condução da política económica e os atrasos na execução dos fundos europeus são os principais riscos. Na inflação, os riscos em alta associados a perturbações nos mercados energéticos são mitigados por um possível maior impacto das decisões passadas de política monetária nos preços”, completa.
O emprego tem sido o principal fator a contribuir para este crescimento acima do esperado, dada a taxa de desemprego historicamente baixa. Isto, combinado com aumentos salariais na generalidade dos sectores e a descida recente da inflação, sustentou os rendimentos das famílias, permitindo que o consumo privado cresça 2,1% este ano, ao invés de 1%, como estimado em dezembro.
Para os próximos anos, dois outros motores afiguram-se determinantes para a economia nacional: exportações e investimento. Do lado externo, as empresas portuguesas continuaram a ganhar quota de mercado ao longo dos últimos anos, uma tendência inversa ao do resto da zona euro; internamente, os fundos europeus no âmbito do PRR levarão a um aumento da formação bruta de capital fixo, o que ajudará também do lado das exportações.
[notícia atualizada às 11h10]
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