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Beber café vai ficar mais caro: culpa é das alterações climáticas e dos custos de transporte

Em junho, os preços mundiais do café atingiram o nível mais alto dos últimos 13 anos. A dúvida já não é se vão haver aumentos no preço do café mas sim até quando os torrefatores vão aguentar o impacto.
café
7 Agosto 2024, 10h20

As alterações climáticas e os custos de transporte, fatores aos quais se junta alguma especulação em torno do produto, irão inevitavelmente provocar a subida do preço do café. Os especialistas já não questionam se vai acontecer, a única dúvida é até quando os torrefatores vão aguentar o impacto.

O “DN” salienta, na sua edição desta quarta-feira, que se previa no início do ano que a previsão de uma colheita “extraordinária” pudesse ajudar a uma estabilização dos preços mesmo com o custo dos transportes a aumentar. Mas seis meses depois, o preço do grão de café atinge máximos de treze anos.

Ouvido pela “DN”, Jorge Marçal, administrador da Portela Cafés, destaca ainda a “especulação” que se tem verificado em cenários de Bolsa já que em Londres transacionam-se os cafés de variedade robusta e em Nova Iorque, são negociados os grãos de variedade arábica. Destaque para as “rotas forçadas” que os navios foram obrigados a fazer para evitar os ataques dos Houthis no Mar Vermelho desde há uns meses.

As alterações climáticas também têm vindo a influenciar a subida do grão de café: com a diminuição da qualidade dos grãos de café, a redução da produção torna-se inevitável.

Os preços mundiais do café atingiram o nível mais alto dos últimos 13 anos, após um aumento de 8,9% em junho em relação ao mês anterior, informou a Organização Mundial do Café (OIC) no início de julho.

O índice composto de preços atingiu uma média de 226,83 cêntimos de dólar americano (209,49 cêntimos de euro) por libra produzida, equivalente a cerca de 453 gramas.

Entre outros fatores, o aumento dos preços está ligado às perspetivas do mercado, especialmente à possibilidade de colheitas fracas no Vietname e na Indonésia durante o ano cafeeiro de 2024/2025, enquanto a do Brasil pode ser menor do que o esperado.

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