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Berardo recebeu empréstimo de 350 milhões de euros da Caixa sem aval

A decisão sobre o crédito terá sido tomada por Carlos Santos Ferreira, Norberto Rosa, Armando Vara e Francisco Bandeira.
8 Fevereiro 2019, 08h36

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) dispensou o aval de Joe Berardo sobre um empréstimo de 350 milhões de euros à sua fundação para compra de ações do BCP, noticia o “Correio da Manhã” (CM) na edição desta sexta-feira, 8 de fevereiro.

O diário generalista cita a auditoria da consultora Ernst & Young (EY), que revela que o banco do Estado abdicou de uma garantia que responsabilizaria o empresário da Madeira pelo pagamento do crédito em causa.

A decisão sobre o empréstimo terá sido tomada por Carlos Santos Ferreira, Norberto Rosa, Armando Vara e Francisco Bandeira, os administradores que estiveram presentes na reunião do Conselho Alargado de Crédito a 3 de abril de 2007.

Além da “dispensa do aval do Comendador [Joe Berardo]”, estes responsáveis deram ‘luz verde’ a outras alterações às condições de concessão de crédito (como a redução do rácio de cobertura de dívida), de acordo com a ata nº14/07 apresentada pelo CM.

Tal como o Jornal Económico revelou, na análise à política de remunerações, a auditoria em causa dá conta de que a CGD “não dispôs de uma política remuneratória no período em causa para o órgão executivo”. E sinaliza que, até 2015, foi sempre o acionista que definiu, em Assembleia Geral ou por Deliberação Social Unânime por Escrito (DSUE), as orientações em termos de remunerações a aplicar aos membros por si eleitos.

“Adicionalmente, não se verificou que estes objetivos estivessem integrados com a estratégia da instituição a médio/longo prazo, em cada horizonte de avaliação”, acrescenta a EY na análise à gestão da Caixa entre 2000 e 2015, período em que em apenas sete operações receberam 1.092 milhões de euros de créditos do banco público: La Seda, Vale do Lobo, Berardo, Manuel Fino e Finpro – apontados como os casos mais lesivos em termos de destruição do capital da CGD.

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