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BFA emprega 27% das mulheres que trabalham na banca em Angola

O Banco Caixa Geral Angola é o que mais emprega mulheres em detrimento dos homens. Em 2017 trabalhavam no Caixa Geral Angola 549 colaboradores, dos quais 296 mulheres e 253 homens.
11 Março 2019, 08h22

No mês consagrado à mulher, o  jornal “O Mercado” consultou os relatórios e contas dos bancos comerciais referentes a 2017 (os últimos divulgados) para perceber o peso da mulher no conjunto dos colaboradores bancários. No topo da hierarquia da banca comercial nacional, o destaque vai para Maria do Céu Rebelo Figueira, que desempenha o cargo de Presidente do Conselho de Administração do Banco de Crédito do Sul (BCS), e para Maria João de Almeida, Presidente da Comissão Executiva do Banco Prestígio.

De acordo com os dados que compilámos, dos bancos que publicaram os relatórios e contas referentes a 2017, 12 deles evidenciam que os homens, assim como em diversos sectores da actividade económica, lideram a banca. No entanto, nos órgãos sociais de cada banco o género feminino está sempre representado, sendo que boa parte das mulheres no topo da hierarquia da banca desempenha o cargo de administradora, quer executiva quer não executiva.

A base amostral dos bancos comerciais que descrevem os colaboradores por sexo e nível de escolaridade demonstram que trabalham na banca 5166 homens, contra 4526 mulheres. Dos 26 bancos existentes no mercado, tirando os três do Estado (BPC, BCI e BDA), o Banco Comercial do Huambo (BCH), o Standard Chartered Bank de Angola, e o Banco Comercial Angolano (BCA) não discriminam nos seus relatórios os colaboradores por género. Dos que caracterizam os colaboradores por género e nível de escolaridade, o Banco Caixa Geral Angola é o que mais emprega mulheres em detrimento dos homens. Em 2017 trabalhavam no Caixa Geral Angola 549 profissionais, dos quais 296 mulheres e 253 homens. Ou seja, as mulheres superam os homens com uma diferença de 43 profissionais. O Banco BIC aparece a seguir, com 25 mulheres acima dos homens.

O BIC encerrou o exercício económico 2017 empregando um total de 2067 colaboradores, dos quais 1046 do género feminino e 1021 do masculino. Do conjunto de bancos analisados, os homens aparecem como maioria absoluta no Banco de Fomento Angola (BFA), que, de resto, também é o que mais gera postos de trabalho no sector bancário. Em 2017 trabalhavam no BFA 1383 homens, contra 1228 mulheres, uma diferença de 155 homens em relação às mulheres.

Embora as mulheres sejam minoria no BFA quando comparados aos homens, de uma forma geral, as 1228 mulheres que trabalham no BFA representam 27,1% do total das mulheres que trabalham na banca. Com base nos dados compilados pelo Mercado, trabalham na banca privada num total de 12306 colaboradores, isto é, sem incluir os trabalhadores dos três bancos públicos. Somando os do BPC,BCI e BDA o número sobe para 19 062.

BFA é o que mais gera postos de trabalho

O Banco de Fomento Angola (BFA) lidera a lista de instituições bancárias privadas que mais geram postos de trabalho, mas quem apresenta o maior salário médio anual por trabalhador é o Standard Bank Angola, de acordo com dados compilados pelo Mercado, com base nos relatórios e contas referentes ao exercício 2017.

Em 2017, o Standard Bank empregava 571 colaboradores e teve custos com o pessoal fixados em 9,5 mil milhões Kz. Repartindo este valor pelo número de trabalhadores, cada funcionário recebeu, em média, 16,7 milhões Kz.

Entretanto, esta divisão não leva em conta o nível de escolaridade nem a categoria de cada trabalhador. Em 2017, o BFA tinha 2611 colaboradores, distribuídos em 191 agências, e teve um custo com o pessoal de 17,9 mil milhões Kz. Repartindo o valor dos custos com o pessoal pelo número de trabalhadores, cada representou uma despesa média anual de 6,7 milhões Kz.

E também o que mais despede

O Banco BFA, apesar de ser o banco privado com mais colaboradores, quer do sexo masculino quer feminino, é também o que mais despediu colaboradores durante o exercício económico referente a 2017. No ano em análise, de acordo com o relatório do banco, despediu 21 colaboradores. O Banco Keve, que é o quarto maior empregador do sector, de acordo os dados compilados pelo Mercado, com base nos relatórios e contas, em 2017 despediu 19 colaboradores. Entre os bancos que dispensaram alguns colaboradores está também o Banco Caixa Geral Angola, que diminuiu no seu quadro efectivo 16 funcionários, correspondendo a uma redução de 2%. Já o Banco Económico, em 2017, abriu duas novas agências, mas encerrou quatro e despediu 12 colaboradores.

O Banco Valor também procedeu do mesmo jeito. Em 2017 fechou uma agência e despediu oito funcionários. O Valor encerrou 2017 com 83 funcionários distribuídos por cinco dependências bancárias e teve custos com o pessoal fixado em 1,3 mil milhões Kz.

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