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BNA abriu inquérito para apurar origem de milhões na posse de oficiais angolanos da “Operação Caranguejo”

Na segunda-feira, a justiça angolana anunciou a apreensão de vários milhões de dólares, euros e kwanzas no âmbito de um processo de investigação a oficiais das Forças Armadas, suspeitos dos crimes de peculato, retenção de moeda, associação criminosa e outros. O banco central BNA reagiu em comunicado.
26 Maio 2021, 16h31

O Banco Nacional de Angola, na sequência da publicação de informação sobre a operação ‘Caranguejo’, em que volumes de notas com selos do Banco Nacional de Angola foram apreendidos, veio em comunicado enviado às redações esclarecer que “prestou aos órgãos de investigação criminal todas as informações solicitadas, e nos termos da Lei e regulamentação aplicável, procedeu à abertura de um inquérito para averiguar junto do banco comercial em questão as circunstâncias em que aqueles valores foram disponibilizados a terceiros e quais os procedimentos de compliance aplicados para assegurar a sua legitimidade”.

Na segunda-feira, a justiça angolana anunciou a apreensão de vários milhões de dólares, euros e kwanzas no âmbito de um processo de investigação a oficiais das Forças Armadas, suspeitos dos crimes de peculato, retenção de moeda, associação criminosa e outros. Entre estes encontra-se o chefe das finanças da banda musical da Presidência da República, major Pedro Lussaty, detido na semana passada quando transportava duas malas carregadas com 10 milhões de dólares (o equivalente a 8,1 milhões de euros) e 4 milhões de euros, avança a Lusa.

“De acordo com os nossos registos, os valores em questão, em moeda nacional, foram levantados na nossa casa forte por um banco comercial, obedecendo integralmente as regras e protocolos vigentes para o efeito não tendo ocorrido qualquer falha de procedimentos a nível do Banco Nacional de Angola”, assegura o Banco Nacional de Angola.

Em comunicado o Banco Nacional de Angola, vem ainda lembrar que “nos termos da Constituição, detém os direitos exclusivos de emissão de moeda com curso legal no país, pelo que todas as notas e moedas metálicas legítimas do Kwanza em circulação na economia têm como origem o Banco Nacional de Angola”.

“O Banco Nacional de Angola como Banco Central com a responsabilidade de controlar a moeda em circulação em termos de valores e qualidade das notas, recebe dos bancos comerciais as notas que estes recebem do público consideradas superiores às suas necessidades de caixa e disponibiliza-as aos bancos comerciais quando necessário para assegurar a existência de notas na rede de balcões e Caixas Automáticos (ATM)”, diz o comunicado.

O Banco Nacional de Angola explica que “coloca notas em circulação exclusivamente através dos bancos comerciais e todos os volumes de notas, novas ou usadas, que saem da sua casa forte para esses bancos têm os selos do Banco Nacional de Angola que facilitam o registo dos movimentos e confirmam a proveniência das notas, a sua autenticidade, o seu valor facial e financeiro em cada volume”.

Uma notícia da Lusa revela que o caso, conhecido como “Operação Caranguejo”, fez soar o alarme nas instituições financeiras já que foram apreendidos volumes de notas com selos do BNA, entidade responsável pela emissão de notas e moedas de kwanzas no país e que controla a moeda em circulação.

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