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Bolsas encerram com leves perdas entre decisão da OPEP e tarifas de Trump. Olhares viram-se para inflação europeia

Os mercados europeus abriram a semana com sentimento ligeiramente negativo, apesar de a OPEP ter comunicado um aumento na produção de petróleo abaixo do previsto, que fez valorizar as cotadas. No ‘vermelho’, destaque para a indústria automóvel, arrastada pelas tarifas dos EUA sobre o aço. Esta terça-feira, a inflação na zona euro marca a agenda, sendo esperado um recuo.
3 Junho 2025, 07h00

Entre a subida dos preços dos futuros de petróleo, que geraram valorizações nas empresas energéticas, e as tarifas dos EUA sobre o aço, que afetaram negativamente o setor automóvel, as bolsas europeias viveram um dia maioritariamente negativo. Os mercados aguardam os dados mais relevantes da semana, começando pela inflação na zona euro, que será divulgada na manhã de terça-feira.

Ainda assim, a bolsa de Lisboa conseguiu escapar às perdas. O índice PSI beneficiou da ausência de cotadas do setor automóvel e foi impulsionado, sobretudo, pela Galp Energia. A empresa recebeu um upgrade e acompanhou os ganhos generalizados do setor, devido às subidas nas negociações pelos futuros do barril de Brent nos mercados internacionais, em consequência da decisão comunicada pela OPEP no sábado.

Embora o organismo tenha decidido aumentar a produção em julho na ordem dos 411 mil barris diários (como já anunciado para maio e junho), este número ficou abaixo das expectativas, resultando numa oferta no mercado inferior ao previsto. Neste contexto, os futuros estavam a valorizar mais de 3% à hora de fecho dos mercados europeus, gerando ganhos nas cotadas da energia por toda a Europa.

A capitalização de mercado da Galp avançou 5,16%, atingindo os 14,77 euros por ação. Seguiram-se incrementos de 0,85% na EDP Renováveis, que fechou a 8,91 euros, e de 0,71% na EDP, que alcançou os 3,535 euros.

Por outro lado, registaram-se quedas de 1,82% para 17,30 euros na Semapa e de 1,35% até aos 21,86 euros no caso da Jerónimo Martins. Em simultâneo, o BCP avançou 0,73% e atingiu os 0,681 euros.

Entre as principais praças europeias, apenas Espanha encerrou no ‘verde’, com o IBEX 35 a subir 0,34%. A Repsol destacou-se entre os maiores ganhos, somando 1,39%. No setor energético, a francesa TotalEnergies ganhou quase 2%, enquanto a italiana Eni SpA subiu 1,50%.

Tarifas de Trump condicionam índices

Em sentido oposto, houve cortes na maioria das principais congéneres europeias, especialmente no setor automóvel, em função das futuras tarifas de 50% anunciadas por Donald Trump sobre as importações de aço para as empresas norte-americanas. Este material é amplamente utilizado pelas fabricantes de automóveis, gerando um impacto direto e inseguranças nos mercados.

A Itália perdeu 0,41%, sendo duramente afetada por uma queda de quase 5% no grupo Stellantis, do setor automóvel. Este grupo está cotado não apenas na bolsa de Milão, mas também na de Paris, onde também registou uma descida de 4,78%. O índice CAC 40, referência na capital francesa, contraiu 0,19%.

A Alemanha viu uma descida de 0,33%, com a Mercedes-Benz e a BMW a perderem mais de 2%. No Reino Unido, houve uma descida de 0,08%, enquanto o índice agregado Euro Stoxx 50 perdeu 0,26%.

Inflação na zona euro marca o dia de hoje

O Eurostat vai divulgar a estimativa referente à inflação na zona euro e na UE, para o mês de maio. Após uma subida homóloga de 2,2% em abril, os mercados apontam para uma desaceleração para 2,1% ou mesmo 2,0%, que é o limite máximo definido como saudável pela maioria dos bancos centrais, em particular o BCE.

Esta expectativa baseia-se nos recuos já conhecidos nas taxas de inflação em economias como a Alemanha (2,1%), Espanha (1,9%) e França (0,6%), precisamente em maio.

Recorde-se que o Banco Central Europeu tem uma reunião agendada para quarta e quinta-feira. Após a mesma, a presidente do BCE, Christine Lagarde, comunicará a decisão relacionada com a política monetária, assim como as projeções para as economias da zona euro.

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