São mais de 100 os bombeiros sapadores que estão, neste momento, a ocupar a escadaria da Assembleia da República, de onde dizem não sair até serem ouvidos pelos deputados e pelo Governo. Entre as causas para esta manifestação está a revisão do Estatuto de Pessoal dos Bombeiros Profissionais da Administração Local, na qual se insere a revisão da tabela remuneratória.
A greve teve início às 00h00 de terça-feira, mas os sapadores escolheram deslocar-se até ao Parlamento para manifestar.
O arranque da manifestação ficou marcado pelo rebentamento de petardos, som de heavy metal e rock n’roll, gritando sempre a palavra “sapadores”.
À medida que iam ocupando as escadas da Assembleia da República, os polícias presentes no local pediram para que estes profissionais não o fizessem, algo que não resultou. Os bombeiros continuaram a subir as escadas, fincaram pé e libertaram vários fumos, que ia libertando várias cores que encheram a principal vista do Parlamento.
Inclusivamente, um conjunto de profissionais incendiaram pneus e queimaram uma farda de trabalho. Com a rua cortada ao trânsito, os bombeiros transportaram um caixão em representação dos vários bombeiros que perderam a vida ao serviço da profissão, mas também em simbologia à sua própria profissão e à falta de apoio.
A paralisação vai durar um mês, mas há a possibilidade de se prolongar por mais um mês, caso o Governo não responda de forma positiva às reivindicações em cima da mesa.
Segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores, Ricardo Cunha, os “bombeiros sapadores reivindicam acertos salariais para compensar o aumento da inflação, conforme foi atribuído às demais carreiras da função pública”.
Num comunicado, o dirigente lembrou que o compromisso com o anterior Governo para atribuir a compensação aos bombeiros “com retroatividade a janeiro de 2023, algo que “até à data, não aconteceu”. O sindicalista referiu que os sapadores exigem um aumento salarial idêntico ao que foi dado em 2023 pelo anterior Governo aos polícias, na ordem dos 100 euros.
Ricardo Cunha considerou que os bombeiros sapadores terão “ficado fora desses acertos salariais” da função pública, por serem uma carreira especial não revista”. Por isso mesmo, o SNBS pede “a regulamentação da carreira, onde sejam contemplados os suplementos de risco, penosidade e insalubridade, bem como a disponibilidade permanente, em percentagem e à parte do vencimento”.
Também é exigido um horário de trabalho “a nível nacional que garanta a operacionalidade e a segurança dos bombeiros e daqueles que por eles são socorridos”.
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