O ministro dos Negócios Estrangeiros português defendeu este sábado, em Lisboa, que um acordo entre o Reino Unido e a União Europeia (UE) sobre Gibraltar, no âmbito do ‘Brexit’, deve ter a concordância prévia da Espanha.
“Os chefes de Estado e de Governo dos 27 já acordaram em devido tempo que uma das orientações que iriam seguir nas negociações futuras com o Reino Unido seria que qualquer acordo entre o Reino Unido e a UE que tivesse incidência em Gibraltar, requer previamente o acordo de Espanha. E essa parece ser uma linha muito sensata”, assinalou Augusto Santos Silva no decurso de uma conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo da Rússia, Serguei Lavrov.
A harmonia dos 27, inabalável durante os 21 meses de negociações com Londres, foi posta à prova esta semana, com o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, a garantir reiteradamente que vai votar contra o acordo do ‘Brexit’ se o texto, elaborado em parceria pela equipa de negociadores da Comissão Europeia, liderada por Michel Barnier, e pelos negociadores britânicos, não for alterado até à cimeira para incluir uma menção ao estatuto de Gibraltar.
Santos Silva disse ainda confiar “que seja possível realizar o Conselho europeu de amanhã, e que o Conselho europeu possa resolver uma questão que, do ponto de vista português, e facilmente resolúvel”.
O chefe da diplomacia portuguesa recebeu hoje no Palácio das Necessidades o seu homólogo russo Serguei Lavrov, num encontro oficial onde foram analisadas as relações bilaterais, incluindo a cooperação Rússia-Portugal no âmbito da ONU, a agenda europeia e as relações Rússia-UE, relações Rússia-NATO, a segurança no continente europeu, a OSCE e o Conselho da Europa.
A situação geral no Médio Oriente, África – em particular a situação na República Centro Africana (RCA) – e América Latina foi outros temas em destaque das conversações entre os dois ministros.
Augusto Santos Silva e Serguei Lavrov assinaram ainda um Memorando de Entendimento sobre Consultas Políticas entre os dois ministérios, que vai implicar “consultas políticas anuais entre a Federação russa e a República portuguesas” e constitui “um importante canal de consulta e concertação”, como sublinhou o chefe da diplomacia portuguesa.
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