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Brexit: Londres e Bruxelas concordam em “reduzir a retórica”

Ambos os lados devem produzir textos sobre as suas posições nas negociações que decorrem na próxima semana. Mas não presencialmente: a pandemia do Covid-19 obriga a que as rondas sejam por videoconferência.
12 Março 2020, 23h30

As negociações para o Brexit vão prosseguir na próxima semana e, seguindo fontes diplomáticas citadas pelo jornal britânico The Guardian Londres e Bruxelas, que terão de apresentar textos escritos sobre o assunto, concordaram em “baixar a temperatura” e “reduzir a retórica” para que as posições não venham novamente a extremar-se.

As negociações sobre o Brexit na próxima semana em Londres foram canceladas por causa do surto de coronavírus, mas numa declaração conjunta ambas as partes disseram que estavam à procura de opções alternativas, como a videoconferência.

“Dado os últimos desenvolvimentos do Covid-19, os negociadores do Reino Unido e da União decidiram conjuntamente não realizar a ronda de negociações da próxima semana em Londres, na forma originalmente programada”, diz uma declaração conjunta do Reino Unido e da União. “Atualmente, ambos os lados estão a explorar formas alternativas de continuar as discussões, incluindo, se possível, o uso de videoconferência”.

Embora o surto de coronavírus tenha tirado o Brexit das manchetes, os negociadores estão preocupados com o facto de os esforços nos bastidores terem de continuar se quiserem fechar um acordo antes de junho.

Algumas áreas, incluindo pescas, criminalidade e justiça, já foram identificadas como zonas de conflito mais profundo – com pouca esperança de progresso nesta segunda ronda de negociações.

Sobre a Irlanda do Norte, outra zona de conflito aparentemente insanável, a União deixou claro que a responsabilidade do Reino Unido é propor um plano para implementar os controversos acordos do ‘backstop’, que incluem uma extravagante barreira comercial no mar da Irlanda. A expectativa é que o Reino Unido chegue à reunião inaugural do comité conjunto a 30 de março com as primeiras propostas concretas.

Embora tenha havido uma redução acentuada na guerra de palavras, há preocupação com o os fundamentos das duas abordagens ao Brexit: o Reino Unido define a questão como uma batalha de soberania e a União prioriza o argumento económico.

Com o Reino Unido prometendo não estender o período de transição além de 31 de dezembro, mas especialistas em negociações – e a própria presidente da Comissão, Ursula von der Leyen – dizem que isso é impossível, mesmo na hipótese remota de não haver qualquer desentendimento.

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