A Brisa reportou lucros de 122,9 milhões em 2020 a caírem 40% face aos lucros de 2019 que foram de 204,5 milhões. Isto é essencialmente justificado pela queda de quase 24% das receitas de portagem da Brisa Concessão Rodoviária que somaram 475,3 milhões de euros. O tráfego nas infraestruturas rodoviárias caiu 25% em 2020, influenciado pela pandemia.
“As receitas de portagem atingiram os 475,3 milhões (o que traduz uma queda de 23,7% face ao final de 2019), devido à queda do tráfego motivada pela pandemia da Covid-19 e consequentes limitações impostas pelo Governo à circulação de pessoas e exercício de atividades económicas. As receitas relacionadas com as áreas de serviço atingiram os 20,1 milhões de euros (-19,5% face ao período homólogo)”, lê-se no comunicado.
O resultado líquido foi apurado com base num Resultado Antes de Impostos de 178,4 milhões de euros e em 55,5 milhões de Imposto sobre o Rendimento.
Em 2020, os proveitos operacionais totalizaram 500,9 milhões de euros, o que representa um decréscimo de 23,4% face ao período homólogo.
O Resultado Operacional (EBITDA) no final de 2020 foi de 369,2 milhões, o que representa um decréscimo de 29% ou de 150,7 milhões face ao mesmo período do ano anterior. A queda dos proveitos operacionais, em conjunto com a diminuição registada nas rúbricas de custos, originou uma margem EBITDA de 73,7%, explica a concessionária de autoestradas.
O EBIT (Earnings Before Interest and Taxes), ou resultados antes de juros e impostos, foi de 234,6 milhões, o que representa um decréscimo de 34,1% face ao período homólogo.
Os resultados de trading (financeiros) em 2020 registaram um valor negativo de 56,2 milhões, o que representa uma melhoria de 4,4 milhões em relação ao período homólogo. Os proveitos financeiros, que correspondem inteiramente à rubrica de juros obtidos, foram nulos, continuando a refletir as baixas taxas de remuneração oferecidas pelos depósitos bancários.
Já os custos financeiros registaram uma evolução positiva, tendo diminuído 7,3% face ao período homólogo. Esta redução é essencialmente explicada pelo decréscimo nos juros pagos, que refletem os reembolsos de dívida efetuados no período (num montante aproximado de 164 milhões) e que se traduziram num menor nível de dívida bruta face a 2019.
Os custos caíram na Brisa. Os custos operacionais, excluindo Amortizações, Depreciações, Ajustamentos e Provisões, atingiram os 131,7 milhões em 2020, representando uma variação negativa de 1,7% face ao mesmo período do ano anterior.
Já a rubrica de Fornecimentos e Serviços Externos, que traduz essencialmente os custos de subcontratação dos serviços de Operação e Manutenção da rede de autoestradas concessionadas e os custos de cobrança eletrónica de portagens, registou um decréscimo de 1,4% face ao período homólogo, totalizando 128,9 milhões.
A dívida líquida da Brisa caiu num ano 4,7% para 1.660 milhões de euros.
Em comunicado a empresa diz que a 31 de dezembro de 2020 a dívida bruta da BCR era de 1.810 milhões de euros (ótica nominal), tendo sido amortizados durante o ano 39 milhões referente ao empréstimo do BEI e reembolsados os 125 milhões que estavam a ser utilizados no âmbito de programas de papel comercial com garantia de subscrição.
Tráfego cai 25% com pandemia
Em comunicado divulgado ao mercado, o tráfego Médio Diário (TMD) no ano registou uma variação negativa de 25,2% face ao ano de 2019, a que correspondeu um volume de tráfego de 15.981 veículos por dia.
A circulação caiu 25%, ligeiramente menos do que o TMD, beneficiando do facto de 2020 ter sido um ano bissexto.
A variação do tráfego orgânico também foi negativa, atingindo os 22,4%.
A Brisa, agora liderada por António Pires de Lima, diz em comunicado divulgado no site da CMVM que todas as autoestradas da concessão registaram decréscimos de procura, tendo o TMD caído entre 12,4% na A14 e 32,6% na A6.
“A análise do tráfego por tipo de veículo mostra uma evolução menos desfavorável dos veículos pesados, tendo registado um decréscimo bastante inferior (-7,3%) face ao dos veículos ligeiros (-26,3%)”, lê-se na apresentação.
O investimento (CAPEX) na rede concessionada totalizou no final do ano 52,1 milhões de euros, “representando uma queda de 21,2% face ao período homólogo e estando maioritariamente afeto a obras de alargamento e de reposição de pavimentos”, diz a Brisa. Este montante “inclui 31,1 milhões de euros referente a grandes reparações de pavimentos, obras de arte e taludes (que são tratados contabilisticamente como provisão, ao abrigo do IFRIC 12), em especial na A1, A3, A6, A13 e A14 com reabilitação de viadutos na A1, A2, A3, A4, A5 e A9. Cerca de 8,2 milhões de euros foram atribuídos a alargamentos no sublanço Águas Santas/Ermesinde(A4/A3)”.
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