A Comissão Europeia continua preocupada com Portugal. O peso da dívida do Estado, mas também o das famílias e das empresas, a par da dívida em incumprimento à banca, preocupa Bruxelas, particularmente num contexto de “baixo crescimento da produtividade”.
“Portugal está a experienciar desequilíbrios”, começa por apontar a Comissão Europeia, destacando a “grande quantidade” de dívida pública do país, assim como a dívida de empresas e de famílias, e a “elevada quantidade de crédito malparado”. Tudo junto, “constituem vulnerabilidades num contexto de baixo crescimento da produtividade”, conclui Bruxelas num relatório divulgado esta quarta-feira, 27 de fevereiro.
“A balança corrente está equilibrada em grande parte, mas a manutenção de uma postura prudente, e a manutenção de ganhos de competitividade são requeridos para assegurar o ajustamento do passivo externo para níveis prudentes”, destaca Bruxelas no pacote de inverno do semestre europeu.
Analisando os rácios de dívida privada, Bruxelas aponta que estes continuam a a recuar dos “elevados níveis à boleia do crescimento nominal, com um papel reduzido da desalavancagem ativa”.
Sobre a dívida do Estado português, a Comissão aponta que a mesma começou a recuar desde 2017 devido aos excedentes primários, “apesar de permanecer elevada”.
Em relação à banca, Bruxelas destaca que os riscos neste setor “diminuíram à luz das recapitalizações dos grandes bancos em 2017 e uma melhoria recente na rentabilidade”.
Sobre o crédito malparado, as grandes quantidades têm vindo a recuar “mas continuam elevadas”. Apesar das medidas destinadas a reduzir o crédito malparado, são necessárias “mais medidas noutras áreas, como nos mercados de produtos e de serviços”.
Desta forma, “a adoção e implementação de vários planos de reforma, incluindo reformas estruturais fiscais para melhorar a sustentabilidade das finanças pública, vão precisar de ser monitorizadas”.
Bruxelas também alerta o Governo de António Costa que é preciso “assegurar um crescimento mais elevado da produtividade”, o que é essencial para melhorar a “competitividade, desalavancagem e potencial crescimento”.
“O ajustamento do mercado de trabalho tem avançado, e o desemprego tem recuado a um forte ritmo desde há vários anos”, conclui a Comissão Europeia.
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