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Burocracia e crescimento da indisciplina são as maiores preocupações dos professores

Segundo consulta nacional realizada pela FNE em parceria com a AFIET, a maioria dos inquiridos volta a afirmar que não incentivaria um jovem a ser professor.
FERNANDO VELUDO/LUSA
1 Agosto 2024, 16h19

A maioria dos educadores e professores portugueses gostam da profissão, desejam continuar a trabalhar como docentes, por ser o que gostam de fazer, mas sentem que a sociedade não tem reconhecimento positivo do seu trabalho, e consideram ainda que não usufruem de remuneração que corresponda ao nível das qualificações e competências que lhes são exigidas. Estas são as principais conclusões de uma consulta nacional realizada pela FNE em parceria com a Associação para a Formação e Investigação em Educação e Trabalho (AFIET).

Na maioria, os professores dizem sentir-se maioritariamente realizados na profissão, no exercício das suas funções, embora afirmem que as suas perspetivas de desenvolvimento da carreira sejam pouco ou nada atrativas.

Já a “excessiva quantidade de trabalho administrativo” que lhes é exigida é apontada como o maior dos problemas que têm de enfrentar, a que se segue a conciliação da vida profissional com a vida familiar.

A indisciplina aparece nesta consulta com fortes sinais de preocupação, sendo elevado o número daqueles que registam o seu crescimento em relação ao ano anterior.

As novas ferramentas digitais são vistas como um recurso para o ensino, mas levantam-se preocupações em relação ao seu uso, quer em sala de aula, quer em recreios, sendo ainda maioritária a recusa na utilização de manuais digitais no processo de aprendizagem dos seus alunos.

Procurando informações sobre o estado da formação contínua disponibilizada, é muito elevado o número dos que não frequentaram qualquer ação de formação de capacitação digital.

Questionados sobre o atual modelo de administração e gestão das escolas, é muito significativo o número dos que não concordam com o atual modelo de administração e gestão as escolas, mas um número muito elevado de participantes considera que a escola deveria ter mais autonomia ao nível da definição dos currículos, calendário e modelo de avaliação dos alunos.

“Tendo em conta estas conclusões, é incontornável que a esmagadora maioria dos inquiridos volte a afirmar este ano que não incentivaria um jovem a ser professor”, conclui a FNE.

Participaram no questionário 3.570 docentes, que no ano letivo de 2023/2024 lecionaram nos níveis de ensino Educação Pré-escolar, 1.º, 2.º e 3.º Ciclos do Ensino Básico, Ensino Secundário, Educação Especial e Ensino Profissional, em Portugal continental, regiões autónomas e estrangeiro.

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