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Cabo Verde: PAICV desafia autarquia de São Filipe a apresentar orçamento retificativo

O partido da oposição quer dinamizar economia do município cabo-verdiano, pertencente à ilha do Fogo.
16 Junho 2020, 15h35

A Comissão Política Regional do PAICV, na ilha do Fogo, instou esta terça-feira a Câmara Municipal de São Filipe a apresentar um orçamento retificativo com medidas concretas para dinamizar a economia e mitigar as dificuldades e o sofrimento da população do município.

Em conferência de imprensa, o membro da Comissão Política Regional (CRP) do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (oposição), Luís Nunes, denunciou a “insensibilidade da atual maioria que governa o município” e garantiu que os vereadores e eleitos municipais do seu partido estão disponíveis para darem a sua contribuição na elaboração e aprovação de um orçamento retificativo e de medidas para minorar o sofrimento da população.

No quadro do orçamento retificativo o PAICV propõe que as verbas anteriormente destinadas às festas municipais, festivais e outras atividades culturais que foram canceladas sejam canalizadas para projetos sociais e de apoio à promoção da atividade económica, proporcionando melhores rendimentos à população.

De entre as medidas que devem constar do orçamento retificativo, a CPR do PAICV destacou o apoio aos agricultores e agentes do mundo rural no período de campanha agrícola com distribuição de sementes e equipamentos necessários, assim como subsidiar e reforçar o fornecimento de água aos agricultores e criadores de gado.

Reforçar o programa de salvamento de gado e combate aos cães vadios, indemnizar todos os criadores que perderam gado devido à ação de cães vadios, reabilitar os equipamentos sociais e desportivos, reforçar o programa de reabilitação das habitações sociais, retoma do projeto de abastecimento de água à zona norte alta até Campanas de Cima, constam da lista de medidas que a CRP defende no quadro do orçamento retificativo.

O PAICV denunciou ainda a “forma arbitrária e injusta” como a câmara e o seu presidente têm gerido a questão da extração e distribuição de areia, fazendo ‘stock’ no espaço cultural, naquilo que Luís Nunes considerou de “total desprezo pelos espaços culturais”, para além da concorrência desleal que a autarquia vem fazendo aos camionistas e empreiteiros.

“Com esta ação, pretende a câmara e o seu presidente distribuir materiais de construção em vésperas de eleições numa tentativa desesperada de compra de votos, uma vez que a sua prestação nestes quatro anos tem merecido uma avaliação negativa”, referiu Luís Nunes, indicando que só o desespero de uma prestação negativa pode justificar tamanha “afronta à dignidade dos são-filipenses”.

Segundo a mesma fonte, o MpD já iniciou ações no terreno com destacados dirigentes a fazer a distribuição de materiais de construção civil, razão pela qual exortou a Comissão Nacional das Eleições (CNE) e a Procuradoria da República de São Filipe a agirem em conformidade com o que classificou de ilícito eleitoral. Nunes indicou que a distribuição de materiais de construção civil não é a forma mais correta de conquistar a simpatia e votos dos eleitores, o que deve ser feito com trabalho. “Esta prática deve ser sempre denunciada independentemente de quem for o seu autor”, assumiu.

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