A candidata presidencial Marisa Matias esteve no programa de Ricardo Araújo Pereira “Isto é brincar com quem trabalha” e aproveitou a oportunidade para mencionar o partido de André Ventura.
“Cada congresso do Chega é uma concorrência enorme para vocês, fiquei mesmo preocupada”, garantiu a eurodeputada do Bloco de Esquerda no final de domingo.
Marisa Matias referiu o partido de André Ventura depois de questionada sobre se a existência de três candidatos de esquerda às eleições presidenciais não ia contra as normas da DGS, que desaconselha ajuntamentos.
“Acho importante que o Partido Comunista apresente um candidato, acho importante também que a Ana Gomes se apresente também como candidata e sinceramente espero que se perceba bem que a forma de cumprir as normas da DGS”, apontou Marisa Matias recordando que “se houve candidato que teve a visita policial por não cumprir as normas policiais não foram os da esquerda”, uma referência ao momento em que a GNR fiscalizou a Convenção do Chega a 19 de setembro.
A candidata presidencial também referiu que se distingue dos restantes candidatos de esquerda pelo percurso que teve no parlamento europeu e garantiu que vai “falar com mulheres e com homens que vivem em situações difíceis de precariedade, tentar dar-lhes voz e garanto-lhe que é o que eu vou fazer nos próximos 5 anos, isso não tenho dúvida nenhuma”.
Uma tensão política que parece não acabar
Os comentários da candidata presidencial sublinha as tensões existentes entre o Bloco de Esquerda e André Ventura e que se têm agudizado ao longo dos últimos meses.
Em maio, a coordenadora do Bloco de Esquerda Catarina Martins, no Parlamento, classificava as opiniões de André Ventura como “repugnantes” e assegurava que as “ideias racistas hão de ir parar ao lixo de onde nunca deviam ter saído”. Em causa estava a proposta de confinamento de pessoas de etnia cigana sugerida esta semana pelo líder do Chega.
Na semana passada, a 25 de setembro, a deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua afirmou ser preciso investigar todas as “influências e obscuros interesses privados” nos partidos, incluindo no de André Ventura, que qualificam como “um político do pior que o sistema tem”.
“Além do passado, vamos aproveitar para investigar e conhecer melhor os negócios dos dirigentes do Chega e a origem do financiamento do seu partido. Façamos já essa investigação”, sublinhou a deputada bloquista Mariana Mortágua, na discussão sobre as propostas de criação de uma comissão de inquérito ao Novo Banco, na Assembleia da República.
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