A Câmara de Oeiras, liderada por Isaltino Morais, contratou uma empresa do antigo espião Jorge Silva Carvalho e de um inspetor da Polícia Judiciária em licença sem vencimento para divulgar desinformação nas redes sociais. Segundo a “SIC” a Câmara de Oeiras gastou 39 mil euros.
O contrato assinado com a empresa “Jupiter Wisdom” tem a duração de um ano e foi celebrado a 30 de agosto. À empresa foram pagos 39 mil euros com o objetivo de “investigar a alegada desinformação nas redes sociais dos habitantes de Oeiras (distrito de Lisboa), através de inteligência artificial”.
A desinformação lançada nas redes sociais decorreu durante campanha eleitoral para as autárquicas deste ano. De recordar que a 23 de setembro, antes da reeleição de Isaltino Morais, a Comissão Nacional de Eleições (CNE) considerou existir “indícios” de “crime de desobediência” pelo presidente da Câmara de Oeiras pelos cartazes afixados no concelho e apresentou queixa ao Ministério Público, avançou a “Lusa”.
A Comissão admitiu ter recebido queixas contra a publicidade institucional da Câmara de Oeiras oriundas de “cidadãos e candidaturas”. Nos cartazes constavam frases que remetiam para, por exemplo, obras que já tinham sido realizadas pela Câmara de Oeiras, cujo presidente era e ainda é Isaltino Morais, num momento em que o próprio se recandidatava.
A CNE sublinhou: “A natureza de publicidade institucional, seja por se referir, ainda que indiretamente, a atos anteriormente praticados pelo próprio, seja ainda por, em qualquer caso, consistir na promoção de uma imagem positiva do seu autor, ainda que quase subliminarmente”.
As notícias sobre a atuação do autarca de Oeiras já suscitaram reações. Na quinta-feira, 7 de outubro, a coligação Evoluir Oeiras (BE, Livre, Volt), que elegeu uma vereadora para a Câmara de Oeiras, questionou decisão da Câmara Municipal de celebrar um contrato com uma empresa para “avaliar informação e desinformação encontrada ou disseminada nas redes sociais”, aponta a “Lusa”.
Isaltino Morais foi reeleito em Oeiras, distrito de Lisboa, com 50,86% dos votos e conseguiu um alcançar um total de oito em 11 vereadores.
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