Existe um novo projeto de produção de hidrogénio em Sines. A NeoGreen Hydrogen Sines pretende construir uma fábrica para converter hidrogénio verde e o dióxido de carbono de origem biogénica em e-metanol, um combustível líquido carbono zero para ser usado no transporte marítimo, rodoviário e ferroviário.
Esta empresa é detida em partes iguais pelos canadianos da NeoGreen Hydrogen Corp. e a sociedade portuguesa Frequent Summer, segundo o documento de avaliação de impacte ambiental, que se encontra em consulta pública até 12 de outubro.
O projeto será instalado num terreno industrial com mais de 10 hectares situado no porto de Sines, distrito de Setúbal, e prevê a instalação de um eletrolisador com 330 megawatts (MW) que será alimentado por 755 MW de “projetos de produção de energia solar fotovoltaica ao abrigo dos leilões de atribuição de capacidade de receção na rede elétrica de serviço público, sendo a sociedade promotora escolhida pela duas maiores multinacionais de energia a operar em Portugal”.
O promotor encontra-se atualmente a “desenvolver todas as fases de licenciamento dos novos projetos a implementar (incluindo, mas sem limitar, a procura de terrenos, obtenção de todas as licenças, engenharia, desenho e otimização do layout)” desta capacidade renovável.
Mas para “garantir a segurança do funcionamento e do abastecimento, a unidade industrial estará ligada à rede elétrica nacional para fornecimento de energia elétrica com certificado de origem renovável”.
O oxigénio que for produzido pode ser utilizado no mercado doméstico, segundo a empresa, “conforme necessário ou ventilado com segurança”. Já o excesso de hidrogénio produzido pode ser usado em “indústrias/aplicações a jusante, tais como produtos químicos e fertilizantes, aço, refinarias, transporte marítimo e como células de combustível para veículos rodoviários e aquecimento”.
Por sua vez, o dióxido de carbono (CO2) será “importado (por via rodoviária ou ferroviária) como líquido de uma fonte biogénica externa. Será descarregado e armazenado (como líquido) no local”.
A empresa explica que o “hidrogénio verde e o dióxido de carbono de origem externa são combinados, comprimidos e sintetizados por meio da hidrogenação direta de CO2 (utilizando tecnologia licenciada) antes de serem separados da água por meio de destilação para produzir combustível verde (E-Metanol)”.
Mas porquê Sines? “Devido aos recursos renováveis de alta qualidade, à disponibilidade de terrenos e à proximidade de um importante porto de águas profundas à entrada do Mediterrâneo, estradas, caminhos de ferro, rotas marítimas importantes e indústrias locais que podem escoar o hidrogénio e fornecer dióxido de carbono, o Porto de Sines é um local ideal para tais desenvolvimentos”.
O documento apresenta a companhia canadiana como “líder de desenvolvimento de hidrogénio verde, centrada na produção de hidrogénio verde a preços competitivos e de portadores de energia derivados, como o amoníaco e os combustíveis sintéticos, a NeoGreen Hydrogen Corp. é uma empresa de hidrogénio verde centrada na produção de hidrogénio verde e de produtos energéticos derivados, como o amoníaco verde e o e-metanol, no seu portfólio global. Como promotora integrada de hidrogénio verde puro, a NeoGreen Hydrogen Corp. utiliza um modelo de negócio de ciclo de vida completo, da conceção à operação, para gerar e distribuir combustíveis ambientalmente sustentáveis para descarbonizar a indústria pesada”.
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