As pessoas, especialmente as mais jovens, estão a perder a confiança nos influenciadores que são pagos. Por isso mesmo, nos últimos anos, têm vindo a recorrer a comunidades de base orgânica, onde os seus amigos partilham conteúdo e comentários sobre marcas e produtos que realmente amam. Mas não, este ainda não será o fim desta nova “classe profissional”.

Os consumidores procuram envolver-se com pessoas autênticas cujas recomendações de produtos são confiáveis. Mas como é que as marcas devem atuar para não deixar estas recomendações ao acaso?

As empresas e marketeers experientes estão a desenvolver um marketing de influência, com modelos de engagement mais autênticos, para atender às novas expectativas dos consumidores. As regras do jogo quase sempre estiveram explícitas: as pessoas que nos influenciam estão a trabalhar com as marcas, assim como os veículos de media fazem há décadas! E, se todos sabemos que as marcas e os influenciadores estão a colaborar em conjunto, chegou a hora de transformar esta parceria.

Uma das soluções já é conhecida e é aquela em que os influenciadores “são” os consumidores. Não nos esqueçamos que os micro-influenciadores continuam a ter enorme peso no processo de decisão de compra. Como novidade, ampliamos a ativação para a formação de verdadeiras comunidades com eles.

Recentemente, no Brasil, foi criado um grupo de pintores de paredes para uma das marcas com quem trabalhamos, em que a influência se dá de maneira natural, com a empresa a participar na discussão sobre os produtos e os seus melhores usos. Daquele grupo saem verdadeiros embaixadores da marca todos os dias.

Temos também observado que a geração Z gravita em direção a comunidades mais populares, onde as pessoas que têm um relacionamento próximo e algo em comum partilham informações e conteúdo original sobre as marcas e produtos que adoram. Isto está a abrir infinitas oportunidades para as marcas se conectarem com os clientes existentes que realmente gostam dos seus produtos, criando fortes comunidades on-line.

A outra solução, e de maior alcance, é a cocriação. Muito mais do que uma publicação paga, a parceria entre marcas e influenciadores na criação de campanhas gera uma nova perceção de autenticidade. As marcas agora estão a procurar maneiras de desencadear conversas mais significativas com seus consumidores, além de aproveitar a voz dos influenciadores para desenvolver novos produtos e adquirir insights que podem aumentar as vendas.

É a junção perfeita da criatividade, influência e negócios. E isso não se dá numa simples troca comercial. Exige encontros e ferramentas para tirar partido do melhor dos dois mundos. A título de exemplo, já desenvolvemos novos produtos com influenciadores que tiveram grande sucesso. E os consumidores veem verdade naquilo. Afinal, houve um envolvimento real de todas as partes.

A evolução do espaço que os influenciadores ocupam salienta a importância do profundo entendimento do consumidor. Como muitas marcas expressam o seu compromisso em colocar o cliente no centro de tudo o que fazem, precisam de cumprir essa promessa ouvindo a voz daqueles que já entenderam a dinâmica desta indústria. Temos de estar atentos para perceber se as marcas e os seus influenciadores podem adaptar-se e passar no teste de deteção de autenticidade dos novos consumidores.