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Carlos Moedas faz primeira reunião com a Iniciativa Liberal para tentar formar coligação

“Existência de razões que pudessem levar o partido a considerar uma exceção à estratégica de apresentar candidaturas próprias” está a ser ponderada pela Iniciativa Liberal, que se apresenta pela primeira vez a eleições autárquicas. PSD, CDS e Iniciativa Liberal tiveram mais votos do que o PS em Lisboa nas legislativas de 2019,
1 Março 2021, 19h00

O ex-comissário europeu Carlos Moedas, que será o candidato do PSD à Câmara de Lisboa, teve hoje a sua primeira reunião com João Cotrim Figueiredo, presidente da Iniciativa Liberal, com vista a um entendimento entre os dois partidos para a apresentação de listas conjuntas na capital, integrando também o CDS, nas eleições autárquicas que serão disputadas entre o final de setembro e o início de outubro.

A reunião foi descrita pela Iniciativa Liberal como “uma conversa em que se trocaram pontos de vista”, sendo analisada a “existência de razões que pudessem levar o partido a considerar uma exceção à estratégica de apresentar candidaturas próprias”. Algo que é considerado particularmente importante por serem as primeiras eleições autárquicas a que se apresenta, depois de ter conseguido eleger um deputado para a Assembleia da República e para a Assembleia Legislativa Regional dos Açores, falhando esse objetivo no que toca ao Parlamento Europeu e à Assembleia Legislativa Regional da Madeira.

Da reunião saiu a disponibilidade de novos contactos que permitam chegar a uma decisão sobre a disponibilidade de integrar uma coligação na capital, a qual terá de ser aprovada pelos órgãos próprios do partido. Ao que o Jornal Económico não foram discutidos pormenores sobre a constituição das listas, nomeadamente o peso relativo dos vários partidos que poderão compor a coligação, admitindo que também o Aliança possa integrá-la, ao contrário do Chega.

Nas autárquicas de 2017, Fernando Medina foi eleito presidente da Câmara de Lisboa – cargo que ocupava desde que António Costa, vencedor em 2013, saiu para liderar o PS e mais tarde o Governo -, após liderar a lista socialista que obteve 42% dos votos, elegendo oito dos 17 vereadores da capital. A lista mais votada entre a oposição de centro-direita foi a do CDS, encabeçada pela então líder centrista Assunção Cristas, com 20,59%, o que permitiu eleger quatro vereadores, enquanto o PSD, com Teresa Leal Coelho, se quedou por 11,22% e elegeu apenas dois vereadores. Também representados no executivo camarário ficaram a CDU, com dois vereadores, e o Bloco de Esquerda, que primeiro com Ricardo Robles e depois com Manuel Grilo tem garantido maioria ao autarca socialista.

Nas autárquicas de 2019, ato eleitoral mais recente disputado por partidos no concelho lisboeta, o PS obteve 33,27% dos votos, enquanto o PSD teve 25,45%, o CDS 5,85% e a Iniciativa Liberal 4,08%. A soma desses três partidos superou a percentagem dos socialistas, chegando aos 35,38%, o que alimenta esperanças entre o centro-direita de que a capital possa deixar de ser governada pelos socialistas, o que acontece de forma ininterrupta desde 2007.

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