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Carlos Moedas toma posse e garante compromissos sem contrariar “princípios fundamentais” do seu programa

O novo autarca da capital coloca como prioridades o apoio aos jovens e aos mais idosos, bem como a habitação e a mobilidade, e lembrou que tem ampla experiência na busca de acordos de compromisso com as mais variadas forças políticas.
  • O presidente eleito da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, à chegada para as comemorações oficiais do 5 de Outubro, Dia da Implantação da República Portuguesa, realizadas na Câmara Municipal de Lisboa, 5 de outubro de 2021. MANUEL DE ALMEIDA/LUSA
18 Outubro 2021, 19h41

Carlos Moedas tomou posse como presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML) esta segunda-feira e garantiu que irá buscar compromissos de forma a promover “o bem geral” da capital portuguesa, lembrando que a governação que o espera, por não assentar numa maioria absoluta, obrigará a tal. O novo autarca lisboeta revelou ainda que assumirá o pelouro da transição energética e alterações climática.

Como presidente de uma autarquia sem maioria absoluta, Carlos Moedas reconheceu que serão necessários compromissos com as várias forças políticas presentes na Assembleia Municipal e, como tal, recordou que tem “provas dadas” na busca de soluções intermédias com famílias políticas diversas. No entanto, essa necessidade de cedências não levará o autarca a contrariar “os princípios fundamentais” do programa que o levou à liderança da câmara, esclarece.

O novo presidente da câmara fez ainda saber que assumirá pessoalmente o pelouro da transição energética e alterações climáticas, um assunto particularmente sensível para a capital portuguesa, dada a sua geografia, e no qual o novo Executivo camarário quer colocar Lisboa em articulação com outras grandes cidades europeias.

Moedas relembrou as várias áreas nas quais buscará avanços à frente da maior câmara do país, garantindo que colocará os jovens e os mais idosos na linha da frente das prioridades, para quem os transportes públicos serão gratuitos.

“Gostava que Lisboa fosse conhecida não só pelas empresas e turismo, mas também como uma cidade que sabe cuidar dos mais frágeis, com compaixão”, afirmou o novo presidente da CML, que conseguiu retomar a câmara da capital após 14 anos de liderança socialista. Neste âmbito, e além da gratuitidade dos transportes públicos, Moedas avançará com linhas de apoio aos cidadãos com mais de 65 anos para que estes possam ter médico de famílias, projetos para reforçar o acompanhamento dos sem-abrigo da cidade e o apoio a doenças crónicas e irreversíveis.

O antigo comissário europeu reiterou a importância da habitação e mobilidade, duas áreas nas quais considera que urgem medidas. Assim, o programa da coligação que venceu a autarquia pede que se acelere “a reconversão urgente de muito património municipal devoluto”, de forma a aumentar o parque habitacional da cidade, ao mesmo tempo que garante “uma exigência muito grande nos prazos e qualidade dos licenciamentos urbano e residencial”.

Isto porque, considera Moedas, “os lisboetas têm de ser os primeiros a fiscalizar” o trabalho da autarquia.

Simultaneamente, na vertente da mobilidade, o político social-democrata aponta a reduções “no tempo, nos preços e nas emissões”, bem como a reconfiguração da rede de ciclovias da capital, um tema que gerou bastante discussão na campanha para as eleições do início do mês. “Queremos aumentar a circulação de bicicletas, mas de uma forma equilibrada”, explica. Também a fiscalidade e o apoio às empresas e famílias mereceu uma nota do novo presidente da câmara, que promete uma “cidade fiscalmente amigável”, com retornos do IRS aos contribuintes e linhas de apoio às empresas.

Carlos Moedas deixou ainda uma palavra de agradecimento aos vários presidentes de câmara que o antecederam, com destaque para Jorge Sampaio, sublinhando também o carácter sério e democrático em que se deu a transição de poder do antigo autarca, Fernando Medina.

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