A líder parlamentar do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, criticou esta quarta-feira a falta de médicos já prometidos no Serviço Nacional de Saúde (SNS). A bloquista lembrou a contratação de profissionais que a ministra da Saúde prometeu, afirmando que os dados do Portal do Serviço Nacional de Saúde indicam a existência de menos médicos.
“Comparando com janeiro, tínhamos em julho menos 130 médicos de carreira e menos 452 internos. A lista de espera para consultas ou cirurgias aumentam, há mais utentes sem médicos de família e muitos profissionais de saúde estão absolutamente exaustos” devido ao combate à pandemia que têm estado a realizar desde março”, lembrou Catarina Martins, sustentando que nos meses de verão se fizeram 6,5 milhões de horas extraordinárias.
A deputada lembrou que “há urgência” na contratação de profissionais de saúde ainda para o presente ano. “O Orçamento do Estado para 2020 previa ter mais 8.400 profissionais contratados em 2020 e 2021”, mas que os profissionais que deveriam ter sido contratados não foram recrutados, defende o BE.
A líder do Bloco de Esquerda relembrou que “a crise pandémica é também uma crise económica e social” e que esta vai causar “uma vaga de despedimentos e de aumento do desemprego”. “Em julho, as pessoas em situação de desemprego eram mais de 600 mil e destas, cerca de 400 mil estão sem acesso a subsídio de desemprego, incluindo o subsídio social de desemprego”, apontou Catarina Martins, notando que algumas organizações “têm vindo a dar conta da pobreza a disparar, com pedidos crescentes de apoio alimentar” e que ainda “não está garantida a proibição do corte de bens essenciais pelo menos até ao final do ano”.
Catarina Martins criticou ainda o Governo por este ainda não ter concretizado o que tinha prometido para o Orçamento do Estado para 2020, que era a retirada dos “filhos do terceiro escalão no acesso ao Complemento Solidário de Idosos, algo “tão importante para os idosos”, sublinhou.
Já no final da sua intervenção, Catarina Martins falou sobre o tema Novo Banco e de como é que o Governo “pretende continuar a garantir o financiamento dos prejuízos” do banco gerido por António Ramalho, “mesmo sabendo que pode estar a ser enganado pela Lonestar”.
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