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Cautela domina sentimento antes da reunião da Fed

Quarta-feira será um dia extremamente importante para as próximas semanas de Wall Street, e à partida nada está garantido.
20 Março 2023, 12h36

O tema dos juros tem tido um enredo polvilhado por alguns episódios dignos dos melhores argumentos de thriller, onde dominam as reviravoltas na história, fomentando assim a volatilidade numa área tão sensível como o mercado obrigacionista, que tem estado sujeito a uma oscilação nada habitual nos juros das obrigações soberanas. Isto, claro, para não falar no segmento acionista, que ora jura a pé juntos que o custo dos empréstimos vão subir de certeza pelo menos 0,25% nos EUA, como passado dois dias, já indica que se calhar não haverá qualquer aumento.

Desta feita, o condimento para a reviravolta chegou do sector bancário, com os percalços de alguns poucos bancos nos EUA, e de uma queda amplamente anunciada na Europa, a dar fundamentos para os defensores do dovish, sobre uma mudança significativa na política monetária, só que na realidade tudo poderá não passar de uma brisa de instabilidade, visto que tal como referi, se nos EUA os casos em questão são umas gotas no oceano do sector, na Europa, as probabilidades do Credit Suisse sobreviver nos moldes em que estava era muito baixas.

Portanto, o otimismo gerado poderá desaguar numa desilusão esta semana, caso Jerome Powell e seus colegas da Reserva Federal dos EUA (Fed) mantenham o rumo hawkish, que tem guiado os destinos da política monetária do banco central, ou até mesmo que subam apenas 0,25%, mas indiquem que o principal objetivo continua a ser a redução da inflação, que continua a quase todos os níveis, a dar sinais de não querer abrandar ao ritmo necessário para uma mentalidade menos hawkish.

Assim sendo, quarta-feira será um dia extremamente importante para as próximas semanas de Wall Street, e à partida nada está garantido, a não ser que os juros tanto podem aumentar 0,5%, como podem manter-se no mesmo nível, incerteza esta que manterá a volatilidade num patamar elevado, antes de depois da reunião.

 

 

O gráfico de hoje é do EUR/USD, o time-frame é diário

O par de moedas tem a linha superior laranja como zona de resistência, perto dos $1,137.

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