O CDS-PP considera que o Plano de Recuperação e Resiliência “ignora a situação premente do país” e pede ao Governo que discuta e submeta a votos o documento no Parlamento. Os democratas-cristãos querem rever as prioridades do plano e adequá-las à “efetiva defesa do interessa nacional”, argumentado que a maioria dos fundos é aplicada “em investimento público” e não no apoio às empresas e famílias.
“O CDS exige do Governo uma discussão séria e alargada sobre os investimentos prioritários na economia portuguesa, que envolva os parceiros sociais e os partidos políticos e incita o primeiro-Ministro a submeter o Plano [de Recuperação e Resiliência] à discussão e votação da Assembleia da República”, fez saber o líder do CDS-PP, em comunicado, depois ter terminado na segunda-feira a discussão pública do documento.
Em análise ao documento, Francisco Rodrigues dos Santos indica que o Plano de Recuperação e Resiliência, cuja versão final o Governo prevê entregar em Bruxelas ainda este mês, “segue uma receita gasta” que “não serve” os interesses do país, porque “a enorme maioria dos fundos é aplicada em investimento público de escasso préstimo para as verdadeiras vítimas da catástrofe pandémica, sejam elas famílias ou empresas”.
Segundo o líder centrista, o Governo optou por “uma linha de prioridades determinada antes da crise e a ela alheia” e mantém “algumas políticas que já antes eram erradas”, quando deveria responder aos problemas estruturais que o próprio plano identifica: “o défice de competitividade da economia portuguesa, o défice de qualificações dos portugueses a as desigualdades sociais e territoriais do país”.
“Em quase tudo, ignora a situação premente do país e os concretos problemas que os portugueses enfrentam. O resultado do método socialista de atirar dinheiro para cima dos problemas, já o sabemos, é sempre o mesmo: o dinheiro desparece e os problemas agudizam-se”, atira.
O CDS-PP critica ainda o “curto prazo de 15 dias” em que o Plano de Recuperação e Resiliência esteve em discussão pública e diz que, “num tema de tanta importância”, isso serviu “apenas para cumprir, de forma inconsequente, a formalidade de consulta imposta por Bruxelas”. E acrescenta: “Em todo o processo, o Governo tem demonstrado que não quer, ou julga não precisar, de ouvir os portugueses”.
Francisco Rodrigues dos Santos quer, por isso, ouvir “tão brevemente quanto possível” as instituições representativas dos principais sectores económicos e adianta que irá diligenciar, “quer junto da Comissão Europeia quer junto do PPE [Partido Popular Europeu], a revisão deste Plano e a sua adequação à efetiva defesa do interessa nacional”, caso o documento não venha a ser discutido no Parlamento nacional.
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